quarta-feira, 1 de maio de 2013

Avenida se transforma para a 7ª arte


Rua recebeu platéia para assistir as produções
Quem viveu e recorda os anos 80, década classificada como de “ouro” para o rock brasileiro, não esquece esta estrofe:“no escurinho do cinema, chupando dropes de anis, longe de qualquer problema, perto de um final feliz”.
O sucesso de Rita Lee, sintetizava uma das situações que traduziam a magia de estar em frente a grande tela. Mas trinta anos se passaram e hoje, principalmente em pequenos municípios, ter a oportunidade de apreciar a sétima arte enquanto saboreia um saquinho de pipoca ou ser flagrado pelo lanterninha numa situação constrangedora, se tornou algo raro.
A tecnologia, desde a criação do vídeo- cassete, aos dias atuais com o dvd, internet e tv a cabo, foram suprimindo a magia que só o cinema assistido de maneira coletiva oferta.

A reação para que gerações passem toda sua existência sem a oportunidade de ter a sensação única proporcionada pela tela de dimensões especiais, são os projetos itinerantes, na sua maioria financiados pelos governos.
A Caravana Cinema no Extremo Sul, projeto aprovado em primeiro lugar e bancado pelo Fundo de Apoio à Cultura, FAC, finalizou em Piratini no domingo sua romaria por 12 cidades da região citada que formam uma espécie de triângulo geográfico e que inclui entre outros os municípios de Quarai, Mostardas e Chui.

No berço farrapo, a exibição ao ar livre com o apoio da Secretaria de Cultura, foi na Avenida Gomes Jardim e ali, só faltaram às paredes para formar o que um dia, de Mazzaropi e Teixeirinha à Guerra nas Estrelas, foi hábito das famílias piratinienses até a desativação do cinema.

Rafael Andreazza,( à direita com o microfone), roteirista e diretor das produções filmadas em Pelotas com elenco somente de cidades da metade sul, inclusive de Piratini, justificou finalizar o trabalho da Moviola Filmes na cidade histórica.
- A beleza, o simbolismo desta cidade nos trouxe pra cá. O Rio Grande do Sul nasceu aqui, então estamos fechando com chave de ouro- analisa.
Andreazza contabiliza que cerca de 2.000 pessoas assistiram aos filmes durante a passagem do Motor- Home cinema e fez sua avaliação da romaria cultural.
- Elas comentaram, aplaudiram, valorizaram. Muitas contaram ter sido sua primeira vez com a grande tela. É gratificante proporcionar isso as comunidades carentes de acesso a eventos culturais -
O roteirista entende que a oportunidade ofertada ao público já não pode mais ser vista como projeto diante da falência dos cinemas pelo Brasil.
- Entendo que isso já uma ação e não mais um projeto. Cinema não é glamour e sim um trabalho. Somos operários dele e mesmo que a tecnologia facilite o acesso às produções, assistir de forma coletiva, viver essa experiência e ver o encantamento no rosto das pessoas, é uma sensação única. Estamos muito felizes – finaliza.

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