Domingo- 15 de julho de 2018
Administrando um município que vivencia uma imensa crise financeira, a maior
da história de que se tem conhecimento, o prefeito de Pinheiro Machado, José
Antônio Duarte da Rosa- PDT foi enfático ao ser questionado pela reportagem:
“peguei um município quebrado e não há perspectiva de melhora em médio prazo”.
Na
visão de Zé Antônio, a situação é muito mais grave do que as pessoas imaginam
ou tem conhecimento, o que entende ele é causado por uma série de fatores,
sendo preponderante a crise que todas as esferas atravessam, mas que atingem
mais fortemente os municípios que sofrem a redução e até mesmo com o atraso nos
repasses de parte do que é arrecadado com a carga tributária. Mas ele vai além:
“O
que está acontecendo agora também deve ser creditado na conta de anteriores
administradores da cidade nos últimos quinze anos: prefeitos, vice-prefeitos,
secretários e também a Câmara de Vereadores. Todos ficaram olhando isso
acontecer e agora eu tenho que tomar as providências necessárias”, disparou o
prefeito.
Zé
dá exemplos para inércia citada por ele ao apontar os serviços prestados pela
prefeitura, onde a taxa para o recolhimento de lixo é a mesma desde 2003,
portanto extremamente defasada. O valor cobrado para se sepultar uma pessoa no
Cemitério Municipal é considerado irrisório, pois nem mesmo cobre o custo da
confecção da sepultura.
Outra
grande causa de descapitalização que se reflete de imediato no atraso e
parcelamento dos salários dos servidores públicos é o Fundo de Aposentadoria e
Pensão- FAPS.
“Esse
fundo está quebrado, faliu. Quando eu assumi tinha R$ 17 mil em caixa, ou seja:
nada perante o que tinha que ser desembolsado ao final do primeiro mês da minha
gestão. Mensalmente, para cobrir o rombo, são desembolsados R$ 470 mil para
pagar inativos e o motivo disso é que não houve planejamento e um período de
carência para acumular recursos, pois foram logo pagando aposentados sem
reserva”, resumiu.
Concluindo
os fatores preponderantes para o atual e preocupante cenário, ele volta a citar
a arrecadação apontando a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços- ICMS, onde a maior geradora, a fábrica da Votorantim, há algum tempo
não funciona em sua totalidade, já que fechou sua unidade de mineração, o que
além das demissões ocasionou uma redução drástica no imposto que era destinado
ao município.
“Ela,
a empresa, era responsável por 64% do ICMS da cidade, hoje está em torno 51% e
continua em queda”, quantificou.
Ao
finalizar, o prefeito disse que os esforços estão sendo todos feitos e neste
contexto tomou medidas impopulares como fechar escolas, reduzir drasticamente a
estrutura da pasta de educação e também cargos em comissão, mas que um futuro
sem atrasos, parcelamento de salários e melhorias necessárias na infraestrutura
dependem principalmente da recuperação da economia em nível estadual e
nacional.
Reportagem:
Nael Rosa
Colaboração:
Gilmone Bicca
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