quinta-feira, 7 de março de 2013

Linguiça de cavalo pode estar no mercado


Inédito não é, mas, no mínimo incomum, a polícia atender, investigar e a imprensa noticiar, o abate e roubo de cavalos como crime de abigeato.
Em Piratini, parece que não é mais suficiente para os ladrões apenas causar pânico e prejuízos aos residentes na zona rural somente com a invasão das propriedades para roubar ovelhas, touros e vacas. Em uma semana, a Polícia Civil atendeu duas situações onde equinos foram o alvo dos criminosos.
Na madrugada de quarta-feira, 6 de março,  ladrões atacaram a propriedade do empresário Paulo Borges, localizada no Cerro dos Canócas, 1º Distrito , e abateram com tiros na testa duas éguas que, carneadas no local, tiveram quartos e paletas retirados e levados para certamente serem vendidos no mercado negro da carne sem procedência e inspeção sanitária.

A preocupação, tanto dos proprietários como dos policiais, é que os animais haviam sido vacinados recentemente, o que não permite o consumo da carne dado os riscos para a saúde.
Em outro ataque, a um quilometro do primeiro, outra propriedade teve objetos usados para o processo de desmanche e desossa de abatidos roubados.
Chairas, facas e serras, e também uma encilha completa, foram subtraídos e, segundo o proprietário, o roubo foi praticado por pessoas que conheciam o cotidiano da residência, pois foram objetivos atacando apenas a dependência que abrigava o que foi levado.
Na semana passada, na Coxilha Alta, ainda no 1º Distrito, outro cavalo foi baleado, mas, neste caso, os criminosos abandonaram o animal ferido no campo e este precisou ser sacrificado.
Próprio ou imprópria para consumo?-Fomos buscar orientações para o risco do consumo de carne equina nessas condições, com o veterinário Marcelo Bardi, que esclareceu ser ela  perfeitamente consumível, o que no Brasil não é comum, mas sim, na Europa, tendo inclusive um frigorífico em São Gabriel  que processa e vende toda a produção para países do primeiro mundo.
- Ela é perfeitamente consumível. O que você não pode é enganar o consumidor vendendo carne de cavalo como se fosse bovina – explica Bardi.
Mas ele concorda que deve ser isso que irá ocorrer.
- Certamente essa carne será usada em subprodutos, ou seja, será misturada a carne suína ou bovina para confecção de linguiça antes de ser vendida – alerta o veterinário.
Segundo Marcelo Bardi, é difícil discernir visualmente a carne de cavalo das provenientes dos  bovinos.
Ele alertou ainda para os riscos à saúde devido os animais terem recebido vacinas recentemente e a forma inadequada em que a carne foi manuseada.
- Quanto à vacinação, há o risco de intoxicação e outros distúrbios para o organismo humano. O agravante seria possíveis contaminações adquiridas no momento do manuseio e transporte das peças retiradas durante o abate clandestino – explica Bardi




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