Terça-feira- 25 de novembro
Público, a maioria feminino, esteve atento às palestras sobre o tema |
A discussão sobre o tema é inesgotável diante
dos fatos que se revelam na esfera policial e judicial todos os dias. Assim, o
seminário: Combate a Violência Doméstica Contra a Mulher foi responsável por
manter a Sociedade Recreio Piratiniense( SRP) lotada durante boa parte da
terça-feira, 25.
O evento teve a organização do Conselho dos
Direitos da Mulher, Centro de Referência de Assistência Social e graduados do
6º semestre do Curso de Direito da Faculdade Anhanguera de Pelotas.
Entre os palestrantes, o juiz da comarca
Alejandro Rayo Werlang, a promotora Cristina Chatkin, e Ivete Machado,
psicóloga mediadora judicial e mestranda em direitos humanos na Vara de
Violência Doméstica do Foro Central de Porto Alegre.
Ivete usou como tema “Grupos Reflexivos de
Gênero: uma experiência de prevenção da violência”, sendo a mais aplaudida ao
final de suas colocações e considerações.
Em Piratini, principalmente este ano, a
Brigada Militar atende e a Polícia Civil registra em média dois casos por final
de semana.
Como as campanhas sobre o assunto são
relevantes e expressivas, surge à possibilidade real de que o aumento dos
registros é o efeito positivo e que está levando às mulheres a procurarem mais
as medidas protetivas.
Questionada sobre a indagação que tem na
outra extremidade o aumento da violência doméstica como fator para o aumento
das denúncias, Ivete diz acreditar na primeira possibilidade.
- Não é que a mulheres estejam apanhando mais
e sim, que estão sendo mais encorajadas
a denunciar, inclusive pelo exemplo que pode vir da vizinha que também apanhou
e teve o marido afastado do lar ou porque alguém foi preso após espancar a
família e isso as leva a acionar as autoridades.
Quando perguntada o que ainda leva homens a
surrarem suas companheiras, a psicóloga se utiliza de estudos para responder.
- Os teóricos acreditam e tem trazido isso à
tona, que o homem por uma questão cultural ainda entende que somente ele é o chefe
da família, o patriarca, e isso lhe dá uma sensação de ser o dono da sua companheira,
o que não se traduz na verdade já que hoje ambos têm igual poder e
responsabilidade no seio familiar – entende.
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