Quarta-feira, 14 de novembro de 2018
Entidade não suportou tantos atrasos e suspendeu parte dos serviços |
Na
segunda-feira, 12, se tornou público através da impressa mais um capítulo da
crise na saúde no Rio Grande do Sul, devido ao Governo do Estado ter acumulado
em dívidas com os hospitais o montante que ultrapassa os R$ 755 milhões. No dia
seguinte, o diretor do Hospital de Caridade Nossa Senhora da Conceição de Piratini
Laerto Farias, anunciou que, a partir desta quarta-feira, 14, seis das sete especialidades
em que a entidade é referência não mais terão seus serviços disponibilizados
para pacientes de 21 municípios da zona sul.
Com
a decisão, não menos eu 1.800 pessoas que todo mês tinham no hospital a retaguarda
para consultas com fonoaudióloga, otorrinolaringologista, urologista,
ginecologista, dermatologista, urologista e cirurgia geral deixarão de dar
inicio ou sequência no tratamento das doenças pelas quais foram acometidas.
“Ficaremos
apenas com a referência em obstetrícia (partos), que teve o contrato recém-renovado,
mas o restante não foi mais possível suportar”, disse Farias, ao divulgar que a
situação chegou a esse ponto devido ao montante de três milhões trezentos e
sessenta e cinco mil reais que o Estado deve ao hospital, confirmando com isso
que o Nossa Senhora vinha bancando o pagamento dos médicos especialistas com
recursos extraídos do caixa próprio.
“Bancamos
até quando foi possível na esperança de que o que nos é devido fosse pago, pois
tínhamos uma reserva que agora acabou”, revelou o diretor.
Laerto
disse que, desde agosto os pagamentos não são feitos, e até mesmo a verba que é
repassada ao Estado pelo Governo Federal não tem chegado na íntegra as
instituições, um exemplo disso são os últimos dois meses, quando o Palácio
Piratini repassou 65 e 50% respectivamente de um recurso que não lhes pertence.
“O
que é da competência e obrigação do Estado nenhum centavo temos recebido há
quatro meses. A situação é tão grave que não há mais nem mesmo um cronograma de
pagamento”, reclama.
Ele
disse que, na última reunião da Federação dos Hospitais, ocorrida na
sexta-feira, 09 de novembro, o vice-governador eleito, delegado Ranolfo Vieira,
foi claro ao informar que não há perspectiva de que a dívida seja saudada e de
que os repasses voltem à normalidade em curto prazo em 2019.
Também
reconhecido no Estado por ter uma gestão que oportuniza uma saúde financeira
saudável, o hospital terá que, ainda este mês, recorrer a um empréstimo
bancário para saudar as duas parcelas do 13º salário dos 146 funcionários da
instituição.
“Sacrificamos
nosso caixa para manter as especialidades e agora a saída será pegar dinheiro
emprestado para cumprirmos o que é de nossa obrigação”, concluiu Laerto Farias.
Reportagem: Nael Rosa
Contato: 53- 984-586380 e 53- 999-502191
email:naelrosa@nativafmpiratini.com
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