Terça-feira- 27 de novembro de 2018
Professora diz que está preocupada com o futuro dos negros no Brasil |
Por ocasião das atividades
alusivas a data em que a negritude fica em evidência no Brasil, o 20 de novembro,
Dia da Consciência Negra, a professora Eva Maria Pinheiro, líder do Movimento
Negro de Piratini, comentou em um dos eventos que integrou as atividades, sobre
racismo, as tão discutidas cotas para minorias em universidades e a preocupação
que tem no tocante à raça, devido a posicionamentos com relação ao assunto já
revelados pelo presidente eleito Jair Bolsonaro.
Para ela, no município, o
tratamento e oportunidades desiguais devido ao racismo são perceptíveis de
formas diversas, o que muitas vezes nem mesmo os integrantes da raça se dão
conta ou tomam providencias para rechaçar.
“Em Piratini o racismo é velado e
existe em todos os espaços: educação, trabalho, enfim...Quem o comete nem
sempre se dá conta das marcas, da mágoa que deixa nos atingidos com esse
absurdo, e quem é alvo acaba em algumas
oportunidades não percebendo o que ocorre, achando normal essa situação
passível de repulsa, entendendo que isso bobagem, ”, disse a professora.
Por entender que os negros,
inclusive desde o princípio de sua idade escolar não contam com a mesma base
financeira e espaço social para ter acesso à educação, Eva disse que é
inteiramente a favor das cotas inclusive reservadas a quem se declara negro do
momento de acessar a universidade no país.
“Para nós as oportunidades são
imensamente menores, assim discordo que as cotas sejam uma maneira de
inferiorizar componentes da raça, sendo na minha concepção uma forma de
reparação por tudo que nossos antepassados passaram, uma vez que, foram
tratados como bichos ao serem instrumentos de trabalho de seus donos, tanto que
estes foram indenizados quando perderam sua mão de obra escrava, e aos judiados
restou trabalhar pela comida quando a escravidão foi abolida, então as cotas
são apenas parte da resposta a este absurdo”, observa.
Ela concluiu falando de sua
preocupação com o futuro da negritude no Brasil após a eleição de Bolsonaro, uma vez que ele já possui uma condenação por racismo, e seu futuro
ministro da educação, Ricardo Vélez Rodrigues, outrora se manifestou contra a
questão das cotas.
“Nosso futuro é uma incógnita. É
preocupante e triste ver como o presidente trata as minorias, então não temos
boas perspectivas, uma vez que ele diz que todos somos iguais, mas entendo que
isso é uma realidade até que nossas diferenças nos descaracterizem, nos
tornando por exemplo, impossibilitados de uma vaga de trabalho ou em uma
faculdade, pois nessa hora as igualdade não nos contempla”, finaliza.
Reportagem: Nael Rosa
Contato: 53- 984-586380 e 53- 999-502191
email:naelrosa@nativafmpiratini.com
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