Sábado-25 de julho
Casal ganha a vida plantando e vendendo hortaliças |
Na feira ao ar livre onde associados da APROBECO (Associação de Produtores de Base Ecológica de Piratini) expõem para venda seus produtos, a maioria de origem puramente colonial, como queijos, geleias e cucas, a hortaliça ainda é item em menor quantidade, mas, tanto como os demais produzidos pelas mãos de quem herdou de gerações passadas o talento para extrair da terra o sagrado alimento, é adquirido e consumido por quem parecia a presença de alimentos leves à mesa.
Casados há 19 anos, Solismar Milbratz, 46 anos e Iolanda Bersch Milbratz, 40, há nove anos apostam no seguimento para o crescimento financeiro da família.
Em 2006, ela, que já produzia em pequena quantidade nos fundos da casa na cidade, pois, o restante do tempo era dedicado a trabalhar em um supermercado, decidiu pedir as contas da empresa para apostar no negócio.
As dificuldades não eram poucas, assim, a ajuda do filho Jadson, na época com 13 anos, no horário inverso da escola, já que o marido trabalhava em uma empresa de corte de madeira e só se somava a eles nos fins de semana, era a única que dispunha.
- Abri mão da segurança da carteira assinada para produzir e vender também aos supermercados da cidade. Não me arrependo – garante Iolanda que assim como o marido é descendente de alemães que ajudaram a erguer colônias em Piratini e Canguçu, suas cidades de origem.
Com venda direta aos supermercados, mas, sem abrir mão da comercialização em pequena quantidade ao consumidor em sua residência, eles conseguiram juntar recursos para comprar quatro hectares de terras a três quilômetros da cidade e com isso ampliar os negócios.
Com boa açudagem, ou seja, água em abundância, o que antes era um problema, por enquanto eles utilizam apenas um dos quatro hectares para plantar alface, couve, brócolis, repolho e outros somente com a utilização de adubo orgânico.
Com a faca que corta o talo e o fio que ata o manojo, a tarde é curta, já que o turno da manhã Iolanda usa para cuidar dos três filhos enquanto o marido faz a entrega diária nos estabelecimentos clientes.
- Com o que produzimos aqui, fizemos nossa casa, compramos essas terras e sem em nenhum momento precisar recorrer a financiamentos bancários.
Nossos antepassados, como meu avô que veio da Alemanha com 03 anos, produzia leite, plantava feijão, batata, soja, milho, nós optamos pelas hortaliças e não nos arrependemos – orgulha-se a agricultora de família de colonizadores.
A renda do casal gira em torno de três mil reais por mês.
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