sábado, 25 de julho de 2015

Sobre rodas, transportando o progressso do Brasil

Sábado-25 de julho
Quando criança e, em frente à televisão, ouvir Renato Teixeira cantar: “Eu conheço cada palmo desse chãoé só me mostrar qual é a direção”, verso da canção Frete, abertura do seriado Carga Pesada que ilustrava as aventuras de caminhão de Pedro (Antônio Fagundes) e Bino  (Estênio Garcia) só aumentava o sonho do então garoto Vinicius Andrade Farias, hoje com 40 anos, de que um dia ele iria cortar o país de ponta a ponta transportando o progresso do brasil sobre rodas.

O tempo passou e as conversas sobre as aventuras do sogro Valdemar, hoje falecido e que também ganhou a vida na boleia de um caminhão, se transformaram em idas e vindas pelo território Brasileiro a fora.
Da profissão, motorista, Vinicius fala com orgulho:
- Carga Pesada me influenciou. Desde moleque é o que eu sonhava pra mim e hoje o caminhão é o que dá o sustento para minha família. Sinto-me orgulhoso por conhecer cada dia um lugar diferente  e fazer amizades em todos os cantos. A estrada é também companheirismo e a liberdade não tem preço– sintetiza o motorista.

Mas a profissão tem seu ônus. Atualmente, Vinicius transporta madeira e assim, não fica mais que 15 dias fora de casa. Mas em outras safras, de soja e milho, ele recorda que são até 70 dias dormindo em boleia de caminhão, fazendo refeições improvisadas e tomando banho em postos de gasolina. Nessa época a saudade da filha Aila, 13 anos e da esposa Gilceléia, se soma as demais dificuldades impostas pelas longas distancias no asfalto.
- É gratificante, mas, também é uma vida dura, mas, necessária, pois, o caminhoneiro transporta do lápis para o estudante ao alimento necessário para todos nós. Isso não reduz a saudade da família que tento amenizar ligando para casa e olhando as fotos que carrego no celular – conta o motorista que amplia: nas andanças vejo filhos viajando com os pais e, muitos destes, brincam ao volante quando possível, o que quer dizer que a profissão vai ser passada de pai pra filho e vai ter sequencia  -

Para quem fica em casa, a torcida e as orações de que tudo sempre corra bem, mas, quando o calendário permite a família viaja junta.
- Na última páscoa fomos encontrar ele no caminho e seguimos viagem juntos. Agora só estamos aguardando as férias de nossa filha para novamente embarcar– garante Gilciléia que do sonho a realidade acompanha o marido há duas décadas.

-Entre namoro e casamento lá se vão 20 anos. Durante todo esse tempo e, até os últimos dias do meu pai, a conversa entre eles era sobre as aventuras na estrada. É o sonho dele por isso eu apoio. A questão distância não é novidade pra mim já que cresci com meu pai fazendo a mesma coisa. Eu sei que ele vai estar por aí trabalhando e nós com ele aqui em pensamento – finaliza a esposa.

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