Terça-feira- 07 de julho
Livro valoriza o acervo arquitetônico histórico de Piratini |
Aos 47 anos ele ainda é se considera um “Guri do Campo” nome da canção que teve seus primeiros versos rascunhados em 1995 e acabou, ao ser musicada por Diego Espindola, ganhando três prêmios no 4º Canto dos Cardeais, festival nativista de Canguçu.
Essa ligação entre a vivência no interior enquanto criança e a migração para a cidade e assim dar continuidade aos estudos, fez com que o advogado
Juarez Machado de Farias se transforme num livro aberto para novos capítulos do histórico berço farrapo.
Quando a principal profissão pode ficar um pouco em segundo plano, ele se divide: radialista, poeta, escritor e compositor, deixando sempre explícita a veia artística que deus os primeiros sinais quando em 1984, isolado em sua timidez, vagava entre os velhos que tomavam sol na Praça Inácia Machado da Silveira e, destes momentos nasceu um dos versos de Guri do Campo: “Na praça conversei com muitos velhos e andei em seus caminhos percorridos”
Ao participar de formas diferentes de mais um aniversário de Piratini, ele sintetiza a história da cidade com versos contidos no livro de sua autoria. “Por aqui as casas falam” foi editado em 2008 e destaca a importância dos fatos e histórias que cercam muitas das habitações hoje tombadas e que abrigaram os farroupilhas durante a revolução de 35.
“É um conjunto de poemas que fala do patrimônio histórico de Piratini. Eu pensei...essas casas contam cada uma delas uma história, portanto, falam”, acredita Machado de Farias.
Mas o livro vai além do material, ou seja, do que pode ser tocado. O imaterial ganha espaço com causos e lendas e, entre elas, a famosa Moça de Branco.
“ Há pessoas que garantem que ainda a visualizam na Cacimba da Carretela, localizada na Rua 31 de Março”. Resumindo, a lenda fala de uma jovem de família rica que se apaixonou por uma rapaz filiado a um partido contrário, o que era uma afronta para a sociedade da época, mas, como o amor transpõe as barreiras da política, ela entrou em depressão, acabou contraindo uma tuberculose e tirou a própria vida na dita cacimba.
Mas o escritor tem suas lamentações na história que não obteve de quem tinha o poder de conservar pontos cruciais de tão rico acervo.
- Se aqui as casas falam, uma delas é o que sobrou da residência onde morou o general Bento Gonçalves. É lamentável que não tenham a conservado e o que reste hoje são apenas ruínas de uma época onde os gaúchos se levantaram contra o império e aqui, na capital farroupilha, fizeram a primeira experiência.
Machado de Farias é uma figura atípica. Até bem pouco tempo e, também por até hoje se recusar a tirar a carta de habilitação, no percurso de escritório para o Fórum o meio de transporte era a bicicleta e, no lugar da tradicional pasta de documentos uma listrada mala de garupa.
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