Sarcástico,
irônico, engraçado. A linha adotada por Manoel Soares, 33 anos, ex favelado, repórter
da RBS TV, pode ser discutível, mas, ele consegue prender a atenção da faixa etária
mais suscetível ao envolvimento com as drogas, jovens em idade colegial, que na
manhã desta terça-feira lotaram o salão da Igreja Luterana Farroupilha para
ouvirem do jornalista sua experiência e drama familiar com relação ao assunto.
Por
uma hora e meia, Manoel que cresceu na favela em Porto Alegre e hoje realiza um
trabalho social frente à Central Única das Favelas, CUFA, atuação que tem como
foco os jovens, foi destacada por durante a palestra que integrou a
programação da 7ª Semana do Legislativo.
-
Aos meus alunos eu exijo inclusive que eles leiam a bíblia, o que eu cheguei a
fazer umas oito vezes – Esse é o padrão de comportamento que cobro – revelou.
Ele
também criticou o comportamento de pais que buscam nos filhos um modelo de vida,
como por exemplo: vestir-se e até falar de forma igual.
-
Se os pais querem ser como os filhos, onde eles vão buscar referências para ser
alguma coisa? Fora de casa! - respondeu.
Quanto
aos maus exemplos, ele ampliou:
-
O padrão de comportamento desses adolescentes que nós pais xingamos, são o
resultado do que a gente fez, afinal, a personalidade deles não veio do espaço
-
Na
outra extremidade, defendeu: - Quando proíbem os filhos de sair, ouvir determinados tipos de música e outras
situações não compreendidas pelos jovens, é porque os pais que cometeram os
mesmos erros quando tinham quinze anos, enxergam o perigo lá fora. A diferença é
que nós corremos o risco de perder vocês e assim, ficamos apavorados já que o
mundo de hoje não trás cartilha –
E
Manoel continuou surpreendendo:
-No
passado era ao contrario de hoje. Agora, vocês filhos devem ter paciência com
os adultos da nossa geração porque não sabemos muito bem para que lado vamos para orienta-los.
Contundente,
ele revelou seu drama familiar hoje usado para chamar a atenção sobre o perigo
das drogas.
-
Meu pai era traficante, meu irmão usuário de Crack. Meu pai foi assassinado e
meu irmão está internado e, essa é a única situação em que a família não
comemora quando o familiar deixa o hospital porque lá ele está seguro e aqui
fora ele vai voltar pro Crack-
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