terça-feira, 24 de outubro de 2017

No multicampeão: agora sete mulheres dão as regras

Terça-feira- 25 de outubro de 2017
Adeline e Lidiana se somam a outras cinco mulheres
Em 2017, o Piquete Resto de 35 completou três décadas e meia atravessando a cavalo a Maurício Cardoso e a Gomes Jardim, as duas principais avenidas que cortam o centro histórico farroupilha de ponta a ponta e, onde ocorrem o desfile de cavalarianos na 1ª capital farrapa.

Para coroar a data, novamente, como já havia  acontecido nos últimos cinco anos, a entidade, a maior também em número de cavalarianos, outra vez levou o título, chegando a 16 primeiros lugares em 35 anos do evento.

Foi o de melhor que aconteceu para o piquete que teve um ano turbulento, onde muitos se retiram e, entre os fatores dessas debandas, está à questão financeira, assunto que mesmo quando insistentemente procurados pela imprensa os que até então eram as principais figuras do 35 se recusaram a detalhar o que realmente aconteceu.

Passado o desfile, uma reunião onde  certamente se se debateu os problemas e, nela, eis que surge a voz do fundador, Marcial Guastucci, falando mais alto. Ocorreu que, ao ouvir as exposições da integrante Adeline de Lima Gonçalves responsável por fazer várias sugestões  e apontar erros que estavam acontecendo, Marcial questionou: “por que você não assumi como patroa? Lidar com homens, gaúchos acostumados a orientações de outros homens e uma certa resistência a receber comandos  de mulheres a fez ficar reticente, mas ela respondeu: “se eu puder escolher as demais integrantes da minha patronagem eu aceito”.

Marcial não titubeou e quando perguntado por nossa reportagem o motivo de sua atitude, resumiu:” há muito tempo elas pegam mais junto que muitos homens, ajudam mais”.

Quando nos deslocamos para realizar essa matéria fomos apresentados à Lidiana Madruga, agora vice-patroa e a mais empolgada e falante das sete mulheres.  Isso mesmo: sete mulheres que estão agora à frente de 35, percebemos que a ausência de foco para alcançar as metas traçadas não falta.

“ Eu queria a Lili do meu lado assim como as demais que convidei, algumas delas inclusive, haviam se afastado do piquete e retornaram com convite”, disse a patroa Adeline.

Lidiana, a Lili, está cheia de ideias, mas sabe o tamanho do desafio que todas vão ter para manter uma entidade desse porte, começando pela aceitação dos integrantes masculinos.
- Fácil não vai ser. Por exemplo: sempre tive vontade de integrar este piquete, mas, também sempre fui desaconselhada a não fazer e o argumento usado é que era um piquete de ricos, de endinheirados. Esse ano participei e vi que não é nada disso. Todo mundo dá um pouquinho de si e um dos objetivos é mudar esse conceito que muita gente tem –
O desafio aumenta dado a questão financeira  que por um momento desuniu parte da entidade.- Assumimos com caixa zero. Não há dinheiro e nossa primeira ação será um baile de troca de patronagem para arrecadar fundos– conclui Adeline.


Nael Rosa- redator responsável
Contato: 53-84586380
email:naelrosa@nativafmpiratini.com

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