Terça-feira- 17 de abril de 2017
Depois da perda é hora de amparar quem passa pelo mesmo problema |
Três meses e meio após a
partida de Arthur que seria o primeiro filho de uma união de 15 anos com o
marido Rubilar Dias, 38, um sorriso, mesmo que leve ainda é um desafio para Ana
Paula D´Ávila, 30 anos que poderia o que não é incomum, se fechar em torno de
sua dor, mas, assim como muitas mães espalhadas pelo país que perderam seus
filhos logo após parto, caso de Arthur que foi a óbito 47 minutos depois de
nascer de parto prematuro no primeiro dia de 2018, ela que tenta voltar à vida
normal em um ritmo lento e aceitável. Ana passou a trocar experiências com
outras progenitoras pelas redes sociais que assim como ela perderam ou que
venceram contra batalha para a Hérnia Diafragmática Congênita, ou HDC.
A malformação que atinge
um bebê a cada 2.500 partos, dá às crianças apenas 30% de chances de
sobreviver, mas para isso, é necessário, assim que a doença é descoberta,
correr para a capital paulista, e esse, na opinião de Ana, é um dos problemas
que deveria ser resolvido pelos que tem o poder de mudar a realidade as saúde
no Brasil.
“HDC na verdade é uma
hérnia que se forma entre os órgãos localizados no abdômen e no caso
do nosso Arthur, que estava com os pulmões comprimidos por ela já que a doença
faz inclusive o estomago se deslocar para cima, descobrimos apenas dia 20 de
dezembro, do ano passado, 12 dias antes de ele falecer e ele partiu
um dia antes de embarcar para São Paulo, onde no Hospital das Clínicas eu iria
realizar, depois de exames uma cirurgia intrauterina” explica a mãe.
Para ela deveria existir
no mínimo uma instituição pelo Sistema Único de Saúde em cada capital do país
aparelhado, em condições para não só fazer o procedimento, a intervenção no
útero, mas também a operação após o nascimento, caso os sinais da criança
estabilizem, o que é outro desafio para os médicos.
“Eu e todas as mães de
outras cidades, capitais e Estados tínhamos ou temos que nos deslocar para São
Paulo, local que eu não consigo ter a dimensão de tamanho, que dificulta a
questão financeira e também estrutural, pois temos que passar um logo período
pernoitando em casas de passagem, muitas vezes distantes do hospital e para
grande parte das mães pesa e muito a questão financeira” avalia.
Para se ajudar e, principalmente
para se ajudar além das sessões de psicologia Ana passou a fazer parte de
grupos nas redes sociais de mães que passaram ou passam pela experiência da HDC.
Depois de duas
experiências não bem sucedidas, pois os mesmos traziam há ela muito sofrimento
devido ao conteúdo, foi hora de passar a fazer parte do “HDC”, Pequenos
Guerreiros, Grandes Milagres”, grupo que troca experiências, dá sugestões,
amparo e claro, também divide alegrias.
”Entrei em outros grupos
de mães que gestavam ou perderam seus filhos com a hérnia, mas os relatos e
fotos eram muito fortes. Então fui aconselhada por minha terapeuta a me
retirar, pois tudo lia ou via não ajudava na minha recuperação. Eu e ela
entendemos que ainda não estou em condições de apoiar ninguém, preciso pensar
em mim”, finalizou.
Em dois dias, dia 19, o
calendário de abril marca o Dia Internacional de Conscientização do HDC, certamente
uma oportunidade onde além de saudades dos bebês que não resistiram à doença,
haverá também relatos de alegria e de batalhas vencidas contra a mesma.
Nael Rosa-
Contato: 53-84586380
Naelrosa@nativafmpiratini.com
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