Quarta-feira- 03 de maior de 2018
Pacientes comercializam peças criadas nas oficinas do CAPS |
Expor
mensalmente o resultado de um trabalho que objetiva a terapia é
parte importante para os pacientes, inclusive os que têm depressão,
do Centro de Apoio Psicossocial, o CAPS Farroupilha, órgão que é uma extensão da
Secretaria Municipal de Saúde e trata de pessoas com transtornos mentais
.
Colocados à venda na Praça Inácia Machado da Silveira, o popular Palanque, as peças confeccionadas
com bordados, crochê ou originárias da costura, são parte importante no
tratamento que busca reinserir de forma total e digna aqueles que por terem adquirido
doenças da mente são geralmente afastados.
Leida
Ortiz é um exemplo disso. Aos 60 anos garante: as oficinas são parte importante
para que o tratamento contra a depressão, que até então a castigava, tivesse
êxito total.
“Desde
que passei a integrar o grupo de apoio onde aprendemos os ofícios, me afastei
da doença. As oficinas me fazem muito bem e o aprendizado que assimilei e que
me permitem confeccionar guardanapos, bonecas, mantas entre outros, também é a
minha única fonte de renda, pois me possibilitou ainda integrar uma associação
de artesãs”, conta.
Marli
Zenatti é uma das acompanhantes terapêuticas que não só ficam à frente, mas
também participa ativamente dos grupos existentes no CAPS. Ela lamenta a falta
de conhecimento e também compreensão de uma fatia significativa da sociedade
que exclui os ditos “diferentes”.
“Somos
tão iguais que asseguro: aqui não temos aprendizes já que igualmente assimilamos
e repassamos conhecimento, enfim, há uma ajuda mútua, o que traduz nossa
igualdade”.
“Todos nós, sem distinção, com doenças psicológicas ou não temos nossos dias bons e nossos dias ruins. Eles não são
loucos, embora assim sejam apontados muitas vezes nas ruas”, amplia Marli.
As
experiências vividas e trocadas no Centro de Apoio atraíram a estudante de
psicologia da UFPel, Renata Peres, 24 anos, que se voluntariou para adicionar conhecimento
à faculdade escolhida. Ela está no segundo semestre e além de destacar o
trabalho desenvolvido, se soma a Marli ao falar da exclusão de quem e taxado ou
classificado de louco.
“
Eles são muito julgados. As pessoas não conseguem entender que eles tem uma
vida normal, pois nós que temos essa aparente “normalidade” temos também nossos
dias bons e ruins. Me voluntariei e está sendo uma experiência positiva, já que
foi possível saber que vou aprender muito mais do que ensinar a essas pessoas
que a sociedade deveria reconhecer mais e que aqui no CAPS lhes é dada a
oportunidade de resgatar a autonomia”.
Nael Rosa
Contato: 53-84586380
Naelrosa@nativafmpiratini.com
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