quarta-feira, 2 de maio de 2018

Oficinas do CAPS buscam reinserir na sociedade


Quarta-feira- 03 de maior de 2018
Pacientes comercializam peças criadas nas oficinas do CAPS
Expor mensalmente o resultado de um trabalho que objetiva a terapia  é parte importante para os pacientes, inclusive os que têm  depressão, do Centro de Apoio Psicossocial, o CAPS Farroupilha, órgão que é uma extensão da Secretaria Municipal de Saúde e trata de pessoas com transtornos mentais
.
Colocados à venda na Praça Inácia Machado da Silveira, o popular Palanque, as peças confeccionadas com bordados, crochê ou originárias da costura, são parte importante no tratamento que busca reinserir de forma total e digna aqueles que por terem adquirido doenças da mente são geralmente afastados.

Leida Ortiz é um exemplo disso. Aos 60 anos garante: as oficinas são parte importante para que o tratamento contra a depressão, que até então a castigava, tivesse êxito total.

“Desde que passei a integrar o grupo de apoio onde aprendemos os ofícios, me afastei da doença. As oficinas me fazem muito bem e o aprendizado que assimilei e que me permitem confeccionar guardanapos, bonecas, mantas entre outros, também é a minha única fonte de renda, pois me possibilitou ainda integrar uma associação de artesãs”, conta.

Marli Zenatti é uma das acompanhantes terapêuticas que não só ficam à frente, mas também participa ativamente dos grupos existentes no CAPS. Ela lamenta a falta de conhecimento e também compreensão de uma fatia significativa da sociedade que exclui os ditos “diferentes”.

“Somos tão iguais que asseguro: aqui não temos aprendizes já que igualmente assimilamos e repassamos conhecimento, enfim, há uma ajuda mútua, o que traduz nossa igualdade”.

 “Todos nós, sem distinção, com doenças psicológicas ou não temos nossos dias bons e nossos dias ruins. Eles não são loucos, embora assim sejam apontados muitas vezes nas ruas”, amplia Marli.

As experiências vividas e trocadas no Centro de Apoio atraíram a estudante de psicologia da UFPel, Renata Peres, 24 anos,  que se voluntariou para adicionar conhecimento à faculdade escolhida. Ela está no segundo semestre e além de destacar o trabalho desenvolvido, se soma a Marli ao falar da exclusão de quem e taxado ou classificado de louco.

“ Eles são muito julgados. As pessoas não conseguem entender que eles tem uma vida normal, pois nós que temos essa aparente “normalidade” temos também nossos dias bons e ruins. Me voluntariei e está sendo uma experiência positiva, já que foi possível saber que vou aprender muito mais do que ensinar a essas pessoas que a sociedade deveria reconhecer mais e que aqui no CAPS lhes é dada a oportunidade de resgatar a autonomia”.

Nael Rosa
Contato: 53-84586380
Naelrosa@nativafmpiratini.com


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