Menina Flor tem atrofia muscular espinhal |
Flor é portadora de SMARD, uma
das espécies de Atrofia Muscular Espinhal com o agravante de insuficiência
respiratória, o que leva a equipe médica desde um mês de vida a manter a bebê
ligada a um respirador mecânico, possível de ser instalado em casa, mas que tem
um custo extremamente elevado e fora das condições do casal Paulo Mouler
Duarte e Jaqueline Nascimento, seus pais.
Em entrevista à reportagem,
Jaqueline disse que a situação econômica é de sobrevivência, pois recentemente
e, depois de meses de tentativas em vão, foi possível fazer com que o Instituto
Nacional de Seguridade Social- INSS concedesse o benefício no valor de um
salário mínimo devido à doença grave, valor que somado a aposentadoria do pai é
insuficiente para custear a permanência.
“Para nos revezarmos e desta
forma estarmos juntos a ela, gastamos mais que o valor do auxílio doença com os
aluguéis da casa onde residimos aqui em Canoas e nossa residência em Piratini,
e, além disso, preciso manter meus outros dois filhos menores de idade que
ficaram sob os cuidados de minha mãe”, conta Jaqueline.
Como é uma doença progressiva e
que vai paralisando os órgãos com o passar do tempo, ela relata que a SMARD
está causando novas mudanças físicas na filha, como por exemplo: perda da força
nos braços e pernas, atrofia nos dedos das mãos e comprometimento da
musculatura da face, o que está retirando de Flor a possibilidade de dar um dos
principais momentos de prazer aos pais na difícil rotina de hospital.
“Ela está sorrindo cada vez
menos”, lamenta. Ela acrescentou que a filha, dado ao comprometimento do já
comprometimento pulmões e da paralisação do diafragma não suporta ficar mais
que dez segundos sem o auxílio do respirador.
Sem perspectivas de uma vida
longa, situação dramática, mas real e que é trabalhada em sessões de psicologia
dentro do próprio hospital, Jaqueline disse que o casal busca com o auxílio de
profissionais levarem a situação de uma maneira que fique mais leve possível para
a filha, mas que isso não faz com que ela aceite a situação.
“Maria Florência é uma criança linda,
inteligente e maravilhosa, um presente na minha vida. Meu marido que já perdeu
uma filha demonstra ter mais força, já eu tenho medo de perde-la, mas ao mesmo
tempo vê-la sofrer me destrói por dentro”, desabafa a mãe que amplia:
“É maravilhoso ser mãe dela, pois
Flor não é só especial por conta de sua doença, mas também por ser guerreira e
demonstrar no olhar a vontade de viver. Ela faz meus dias lindos e me dá
continuamente motivos para ser um ser humano melhor. É exemplo de força, fé e
amor, assim fazemos valer cada momento, cada sorriso e cada gesto que se traduz
em carinho e ternura”.
Nael Rosa - redator responsável
Contato: 53-84586380
email:naelrosa@nativafmpiratini.com
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