quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Pronta a fase inicial da reforma da Casa de Garibaldi

Quinta-feira, 19 de setembro de 2018
Grupo de Artes Encenação ilustrou a solenidade
Após cinco meses de reforma, na quarta-feira, 19, a Ato Produção Cultural apresentou à comunidade da 1ª capital farroupilha o resultado da etapa inicial de restauração da Casa de Garibaldi, prédio histórico que integra o acervo arquitetônico, herança da Guerra dos Farrapos, que teve em Piratini capítulos importantes, dado à da revolução acontecida em 1835.

A residência que está situada à Rua Bento Gonçalves e tem 225 m², teve a fachada, o telhado e ainda as aberturas externas renovadas, o que necessitou de um investimento de R$ 317 mil, recurso captado através da Lei Rouanet, em que a Companhia Riograndense de Saneamento- CORSAN- foi a patrocinadora após a obra receber a indicação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional- IPHAN, que mantém um acordo de cooperação técnica com a estatal.
Beatriz Araújo, produtora cultural da Ato, tentava há sete anos recursos para revitalizar o prédio que ainda está com sua estrutura, agora somente a interna, bastante comprometida.
“Quando restauramos o Museu Histórico Farroupilha, o que ocorreu em 2011, já havíamos apresentado o projeto do restauro em questão ao Ministério da Cultura, o qual aprovamos, mas não obtivemos êxito ao tentar angariar os recursos”, relembra.
Com a verba em mãos, Bia conta o que foi renovado na casa que abrigou dois dos maiores personagens do embate épico.
“Nossa preocupação foi fazer a consolidação do prédio no sentido de protegê-lo da ação do tempo, já que ele estava infestado de cupins e outros insetos que fazem a estrutura definhar. Havia também sérios problemas no telhado que foi todo refeito, onde usamos por baixo do mesmo uma proteção com manta aluminizada que vai impedir infiltrações”, explicou Beatriz.
Mas como as aberturas internas e as paredes ainda precisam passar pelo processo de restauração, a produtora assegura que a busca por recursos irá continuar.
“A ideia é restaurar todo o prédio, e para isso, já renovei o pedido à CORSAN para que continue a parceria, pois precisamos levantar mais R$ 880 mil, custo do restante que falta para, se tudo der certo, essa casa se tornar um centro cultural”, arrematou.
A história
Certa feita, em uma das centenas de vezes em que ao longo dos seus 57 anos se debruçou sobre os livros que relatam a guerra de 1835, ocorrida no Rio Grande do Sul, quando este se rebelou contra o império, o professor e pesquisador João Manoel Ferreira constatou algo curioso e que na sua concepção se transformou numa inverdade que a história e quem a conta tornou uma “verdade”, fato que ele faz questão de contestar e corrigir quando tem a oportunidade de relatar os feitos farrapos: a Casa de Garibaldi  não deveria ser assim chamada.
“A residência à época tinha o nome de “Casa do Redactor”, pertencia a outro italiano: Luigi Rossetti, um dos tantos que vieram da Itália através da maçonaria e que se tornaram, assim como Giuseppe Garibaldi, personagens principais do embate farrapo”, conta Ferreira.
Ele relata que Garibaldi, um inquieto transeunte, foi abrigado algumas vezes pelo amigo jornalista no espaço aonde foi impresso o exemplar número 1, do Jornal O Povo, periódico  que relatava os feitos dos revolucionários, mas ele concorda que, até mesmo desse erro que  na sua opinião foi injusto com o jornalista, ao longo do tempo se conseguiu tirar algo de positivo, assim, ver o prédio com a primeira etapa da reforma concluída é um fato extremamente significativo, mesmo que em sua concepção o crédito deveria ser dado ao anfitrião, Luigi Rossetti,  e não ao amigo hóspede.
“Nessa casa, Rossetti conseguiu fazer um jornal sem poder comprar a matéria prima dado ao rompimento com o império. Esse feito só foi possível porque existia um fábrica de papel em Piratini, assim, os exemplares circularam com a matéria - prima produzida na capital farroupilha, então, independente no nome, ver a Casa de Garibaldi revitalizada é ótimo para a história, para a cidade e para os turistas”, avaliou o professor ao relembrar o cotidiano da casa e de Rossetti, temática para o Grupo de Artes Encenação que ilustrou a solenidade com a atuação de seus atores, uma satisfação para a diretora Sílvia Valéria Garcia.
"È um presente que não só a cidade ganha, mas também a história do Rio Grande do Sul. pois Piratini recebe turistas inclusive da Itália e que são descendentes de Giuseppe Garibaldi. É maravilho para nós, integrantes do Encenação, que retratamos o que aqui foi vivido", falou.

Reportagem: Nael Rosa

Contato: 53- 984-586380 e 53- 999-502191

email:naelrosa@nativafmpiratini.com

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