A sucessão ao Palácio Piratini foi deflagrada no município. A emblemática presença do governador Tarso Genro em Canguçu neste sábado (6) antecipou uma disputa política prevista apenas para 2014. Apesar de não conceder entrevista coletiva e não abordar assuntos como a atual situação do Hospital de Caridade, o chefe do Executivo Gaúcho empolgou os presentes.
O governador participou de uma assembleia da Crehnor-Sul às 11h, no auditório do CETAC. Após o almoço, a comitiva se dirigiu à localidade de Potreiro Grande, para a assinatura do programa que prevê a construção de moradias destinadas a comunidades quilombolas. Logo no início do discurso, para cerca de 1,5 mil pessoas, Tarso evidenciou o tom político de sua presença.
– Eu não posso deixar de alertar vocês, e é um alerta mesmo, para o debate político que está ocorrendo no Estado – declarou.
O político citou que nos governos anteriores, especialmente nas gestões de Yeda e Britto, era comum o governador chegar às regiões mais pobres lamentando e dizendo que o Estado estava quebrado. Segundo Tarso, a contradição residia no fato de que Britto entregou as estradas gaúchas à concessão de pedágios, mantendo diálogo apenas com setores privilegiados da sociedade.
A presença do governador evidencia um momento especial para o Partido dos Trabalhadores. Em 2010, ele foi o primeiro candidato petista a vencer uma eleição estadual no município. Sua visita também é a primeira oficial, após a histórica vitória de seu companheiro Gerson Nunes nas eleições do ano passado.
Tarso disse que está começando um ano pré-eleitoral e a oposição está nervosa. Em relação aos movimentos sociais, o chefe do Executivo Gaúcho lembrou que, durante o governo Yeda, “os trabalhadores da Brigada Militar eram obrigados a colocar a baioneta no peito dos também trabalhadores camponeses”. Ao citar as manifestações de movimentos sociais durante os últimos governos, o petista arrancou aplausos de um público amplamente simpático a ele.
– Quero dizer de alto e bom som, e gostaria que todos os jornais publicassem: O governador do Estado do RS está dizendo que vocês tinham razão e que vocês têm razão nas suas reivindicações – declarou.
Em seu discurso, apesar de não citar diretamente o nome da senadora Ana Amélia Lemos (PP), Tarso usou uma frase da parlamentar para construir uma das argumentações mais aplaudidas:
– Uma senadora de oposição perguntou ‘Quem terá coragem de governar o Estado?’. Nós todos temos a resposta. Nós vamos continuar governando o Estado. O nosso projeto vai continuar – afirmou, em tom forte.
Ao citar, mesmo que indiretamente, a senadora Ana Amélia Lemos, o petista antecipa uma disputa entre as duas maiores forças políticas do município: PT e PP. Mesmo derrotado nas eleições do ano passado, o PP detém a maior bancada no Legislativo, com 5 parlamentares. Já o PT, após a ascensão meteórica de Gerson Nunes, rompeu com uma dinastia progressista que já durava 16 anos. Tarso e Ana Amélia devem se enfrentar nas urnas no ano que vem. Em Canguçu, o embate entre as duas siglas já começou.
Imagens: Nael Rosa
Redação: Canguçu Online
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