“A árvore,
que comove com lágrimas de alegria algumas pessoas, é para os olhos de outras
pessoas, apenas uma coisa verde que se levanta no caminho. Algumas pessoas veem
na Natureza apenas ridículo e enfermidade, e por esses eu não regularei as
minhas proporções. Algumas outras mal chegam a ver a Natureza. Mas para os
olhos do homem de imaginação, a Natureza é a própria Imaginação. Conforme o
homem é, assim vê.”
(Blake, 1757 —1827, poeta, tipógrafo e pintor inglês)
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A
recente ação da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, que resultou nas prisões
de agentes políticos e de outras pessoas envolvidas em corrupção em processos
de licenciamentos ambientais, expõe o ambiente poluído por interesses
mesquinhos, de cunho meramente monetário, em detrimento de uma atmosfera sadia
sob todos os ângulos.
Não
bastasse o fato de a Natureza – como patrimônio da humanidade – continuar a
sofrer desastres de grandes proporções, as autoridades constituídas – que
deveriam ser as encarregadas de a tutelar – desnudam-se, publicamente, como
coniventes e patrocinadoras de corrupções que usam o ambiente natural somente
como “meio” de suas ignóbeis práticas inconsequentes.
É
verdade que tais autoridades já demonstravam ser morosas e em não raras vezes
relapsas na apreciação de demandas por licenciamentos ambientais. No foro de
Piratini, por exemplo, tramita um processo contra a FEPAM, cujo autor é um
cidadão idoso que, após ter somados despesas para a formulação de um pedido de
regularização de loteamento e ter encaminhado a esse órgão, toda a documentação
(inclusive já com pareceres expedidos!) foi lá extraviada, gerando, ainda, mais
demora ao interessado – um exemplo de desídia no trato da coisa pública!
O nosso
Estado é berço de José Lutzenberger, um ativista pela ecologia que chegou a
ocupar o alto cargo de Secretário Especial do Meio Ambiente no Governo de
Collor de Mello. Sua passagem foi breve em tal mister justamente por suas fortes denúncias contra
corrupções no IBAMA.
Se estivesse
vivo, Lutzenberger provaria nova indignação ao saber que em sua terra natal –
com nome de “rio” – maus políticos e maus servidores trocam licenças ambientais
por moedas, sem pensarem no futuro da Natureza.
Enquanto seu
exemplo de homem público não for imitado, principalmente pelos ocupantes de
funções relacionados ao meio ambiente, Gaia - deusa grega da Terra - chorará a
indiferença de incertos Homo sapiens desprovidos de respeito pelo próprio
planeta onde vivem.
JUAREZ
MACHADO DE FARIAS
Advogado e Radialista.
juarez.piratini@yahoo.com.br
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