quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Mãe e filha falam dos abusos de padrasto

Quinta-feira- 17 de outubro
Presentes seriam dados para manter o silencio
O blog Eu Falei quebrou o silêncio de mãe e filha que na casa nova para onde se mudaram há 24 horas dão os primeiros passos para recomeçar a vida após a descoberta dos abusos que segundo denúncia feita por elas eram cometidos pelo chefe da família com quem conviviam há dez anos.
O caso veio à tona na semana passada quando a mulher de 34 anos estimulada pelas desconfianças da irmã que não entendia as tantas proibições, ciúmes de um namorado da enteada e os caros presentes dados à menina de 14 anos, conseguiu alertar para a possibilidade dos abusos.
Com exclusividade as duas receberam nossa reportagem na nova moradia, mudança ocorrida depois que os fatos foram finalmente relatados pela garota que cedeu aos apelos da mãe, confessando que no mínimo duas vezes por semana após a saída da esposa para o trabalho, o que ocorria por volta da meia - noite de domingo à segunda, o homem abria a porta de seu quarto e deitava-se na cama dela a molestava após ficar nu mas sem nunca consumar o fato.
  - Lembro que isso começou quando eu tinha nove anos e sempre foi da mesma forma. Ele entrava, tirava  também a minha roupa, fazia algumas coisas, mas, nunca fez tudo.
Depois mandava eu me lavar. Eu tinha nojo, chorava e custava a dormir – relata a jovem que já está sendo atendida por uma psicóloga.
O relato segue abordando a forma usada por ele para manter o silêncio da enteada.
-Ele dizia para eu não contar, que minha mãe não acreditaria em mim  e que ninguém, se soubesse, ia me querer depois.

Os presentes

Na cama onde as sessões ocorriam sempre as quintas e domingos, além dos ursos de pelúcia que marcam a passagem de fase mantendo parte da ingenuidade de criança, os presentes que ajudavam a manter tudo entre quatro paredes.
Um computador, celular top de linha e uma máquina fotográfica. Ausente da cena apenas o Tablet que já foi vendido.
- Ele conseguia dinheiro emprestado para dar os presentes. Era a última pessoa que eu desconfiaria. Vivi dez anos com ele e achava que os presentes era carinho de alguém no lugar do pai. Mas me chamou a atenção ele a vigiar todo o tempo. Depois  ele se enfureceu quando permiti que ela namorasse um menino da mesma idade- conta a mãe da menina que está em busca de justiça para o caso.
A decisão:
Na terça-feira, 07 de outubro, cansada dos abusos a garota contou que começou a criar coragem para contar. 
- Passei a manhã inteira na escola pensando que naquele dia eu ia falar e falei. Me sinto um pouco melhor, mas, percebo que na rua as pessoas comentam e isso é ruim. Agora é começar uma nova vida – vislumbra a garota.
Mesmo que os estupros não tenham ocorrido, se após o inquérito o suspeito for indiciado, se condenado a pena será por estupro de incapaz como é possível detectar na descrição a seguir.
No Código Penal para a configuração do estupro basta que uma pessoa (homem ou mulher) obrigue outra (homem ou mulher) a com ela praticar qualquer ato libidinoso (conjunção carnal, coito anal, felação etc.).
No artigo 213 é aplicável tão-somente nas condutas contra maiores de 14 anos, pois, se a vítima for menor de 14 anos, aplica-se o artigo 217-A que prevê o crime de estupro de vulnerável, que tem pena mais grave.















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