terça-feira, 7 de agosto de 2018

Filhos dizem que mãe morreu após resultado falso


Terça-feira- 07 de agosto de 2018
Filhos vão ingressar com uma ação judicial
O blog Eu Falei traz com exclusividade o que pode ser o primeiro caso de óbito por câncer de colo de útero após um diagnóstico contrário à doença em que o material coletado em uma paciente foi testado e emitido pelo Serviço Especializado de Ginecologia, (SEG), laboratório situado em Pelotas e que está no centro da polêmica de possíveis amostras não analisadas, mas que tiveram como resultado a negativa para uma das maiores causas de morte entre as mulheres brasileiras.

 A família trouxe o caso à tona nesta segunda-feira, 06, após reunir todos os exames realizados por Carmem Lúcia Camargo Macedo, que morreu aos 58 anos, em 23 de agosto de 2016, cinco meses após receber em mãos o atestado de que, ao menos com relação a sua saúde ginecológica estava tudo em ordem.

“Temos o exame em mãos feito em Piratini que teoricamente deveria ter sido analisado pelo SEG, em Pelotas. Assim temos convicção de que nossa mãe não está hoje com a família devido a um diagnóstico que não condizia com a situação que ela já estava enfrentando e não sabia, e quando tomamos ciência da gravidade era tarde demais”, disse o pecuarista Nero Tiago Pedroso, 34 anos, que recebeu a reportagem junto à irmã Jaciane Pedroso, 36 anos, dois dos quatro filhos que Carmem deixou.

Eles contaram que foi uma corrida contra o escasso tempo que tiveram para tentar salva-la com um procedimento feito de forma particular, pois a situação se agravou rapidamente e desta forma não foi impossível aguardar pelo Sistema Único de Saúde- (SUS).

“Dois meses depois que ela fez o pré-câncer surgiu um corrimento, indicativo de que algo não ia bem. Ela consultou um especialista que, mesmo diante do exame negativado para um possível tumor decidiu realizar o que a medicina chama de raspagem, a coleta de material de parte do útero. A amostra seguiu para biópsia e esta atestou um carcinoma”, revelou o filho.

Carcinoma é uma espécie de tumor maligno desenvolvido a partir de células epiteliais, glandulares que tende a invadir tecidos circulares originando metástase que é Quando o câncer se espalha além do local onde começou.

E foi o que aconteceu. Diante do diagnóstico grave, um segundo médico cirurgião foi procurado e novamente diante do resultado do teste analisado pelo SEG tentou tranquilizar a paciente.

“O cirurgião aconselhou que nossa mãe realizasse uma histerectomia, ou seja, a retirada do útero e seus adjacentes, como ovários e trompas, por exemplo,” relembra a filha Jaciane”.

Neste momento, acreditava-se que o câncer estava circunscrito ao interior do útero, portanto com a retirada de todo o aparelho reprodutor se impediria que o mesmo se espalhasse, o que infelizmente já era realidade.

“Quando o médico abriu a região, em 27 de julho de 2016, viu que o tumor já estava nas paredes do abdome e havia também um nódulo no fígado, e logo a seguir, em agosto, estávamos nos despedindo dela”, recordou o filho.

Depois da situação envolvendo o laboratório contatado pela prefeitura de Pelotas, referência para exames de pré-câncer para a região que reúne dez municípios, os irmãos decidiram, após segundo eles terem convicção de que houve um erro, buscar a justiça para pedir uma reparação.

 “Nossa dúvida é em que estado essas amostras, entre elas a de nossa mãe, foram armazenadas, pois o ideal é que o material seja novamente testado e possa-se com isso se chegar ao diagnóstico de câncer, o que nos dará embasamento jurídico, mas o principal é impedir que isso aconteça com outras mães e filhas, já que casos da doença já estão surgindo após o mesmo tipo de análise”, conclui Nero Pedroso.

Reportagem: Nael Rosa
Contato: 53- 984586380
email:naelrosa@nativafmpiratini.com












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