No Bairro Padre Reinaldo, momentos de alegria com presentes e o bom velhinho |
Valdenir
da Luz Silveira, 45 anos, funcionário público municipal e motorista da saúde,
com o passar do tempo virou simplesmente Simpa, um garoto adotado ainda criança
por uma figura muito querida na comunidade por sua bondade com os pacientes que
transportava pela Secretaria de Saúde e que atendia simples e carinhosamente
por Jabu, que em outubro deste ano morreu vítima do Diabetes.
Nas
conversas entre pai e filho, Simpa recorda que algumas vezes confessou a Jabu
que gostaria de fazer alguma coisa pela comunidade onde até hoje reside: o
Bairro Padre Reinaldo, o mais carente de Piratini. Um dia, como conselho, ouviu
do pai: filho faz solidariedade com a própria solidariedade, ou seja, peça à
comunidade que ela responderá.
Pertencente
há uma geração onde o sonho de qualquer criança era ganhar, no natal ou não,
uma bicicleta, Simpa viu o tempo de infância junto aos seus dois irmãos passar,
e as condições financeiras do país impedir naquela época, a realização do sonho
de qualquer pequeno, pobre ou não: ganhar uma bicicleta.
O jeito
foi se virar com que a criatividade permitia, assim, criar e soltar pipa,
fabricar os populares carrinhos de rolimã, trens de lata e jogar bolinha de
gude, o que não deveria ser menos prazeroso.
Infelizmente,
a pobreza, em muitos lugares ainda extrema no Brasil, só faz aumentar e nessa classe, a chamada magrela, outro nome popular dado à bicicleta, contínua
sendo motivo de sonho e de olhos brilhando para uma criança quando este é
realizado.
Mas têm
algo bem pior que não ganhar uma bicicleta: é perder o encanto pelo bom
velhinho, o Papai Noel. Para impedir isso, significa ao menos ganhar um brinquedo
na data que mexe com as emoções das pessoas. Pois bem: havia muito pouco
tempo, na verdade, seis dias da data determinada que foi essa quinta-feira, 21 de dezembro, o ue foi possível, pois Simpa, a
família e os integrantes de seu grupo de pagode, decidiram mudar essa realidade
e tornar possível à alegria de uma
criança.
Para que isso fosse viável, o motorista da saúde assim como o pai, foi à imprensa, aos amigos, ao comércio e
o resultado foram centenas de agrados doados para a campanha batizada de Natal
Solidário.
Foram no
mínimo três dias onde todos corriam de um lado para outro, usando seus carros e
próprios recursos, recolhendo os donativos e invadiram a madrugada embalando
carrinhos e bonecas.
- Não
temos dinheiro para comprar embalagens, assim improvisamos colocando os brinquedos em sacos plástico. Tenho cinco filhos
e todos têm ou tiveram videogames ou bicicleta, tudo que eu e meus manos não
tivemos, tínhamos que fazer alguma coisa – justificou o pagodeiro ao ter em sua
sala a maioria dos brinquedos espalhados.
Ele que
já presenciou em seu bairro crianças revirando lixo atrás de comida, disse que
não pretendem parar por aí. A ideia é se organizar, criar uma estrutura que
permita não só ações natalinas, mas também, campanhas do agasalho e de
arrecadação de alimentos.
- Aqui no
Bairro Padre Reinaldo, por exemplo, muitos pais não têm condições de
proporcionar o próprio sustento, colocar comida na mesa dos filhos, imagina
então dar um brinquedo ao filho, então, vamos fazer nossa parte- garantiu.
Nessa tarde, ao ver a fila de crianças aguardando para ganhar refrigerante, balas e s tão esperados brinquedos, a satisfação e a certeza do que valeu a pena e que a ação deverá ser repetida e ampliada em 2018.
Nael Rosa- redator responsável
Contato: 53-84586380
Naelrosa@nativafmpiratini.com
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