A
família trouxe o caso à tona nesta segunda-feira, 06, após reunir todos os
exames realizados por Carmem Lúcia Camargo Macedo, que morreu aos 58 anos, em
23 de agosto de 2016, cinco meses após receber em mãos o atestado de que, ao
menos com relação a sua saúde ginecológica estava tudo em ordem.
“Temos
o exame em mãos feito em Piratini que teoricamente deveria ter sido analisado
pelo SEG, em Pelotas. Assim temos convicção de que nossa mãe não está hoje
com a família devido a um diagnóstico que não condizia com a situação que ela
já estava enfrentando e não sabia, e quando tomamos ciência da gravidade era
tarde demais”, disse o pecuarista Nero Tiago Pedroso, 34 anos, que recebeu a
reportagem junto à irmã Jaciane Pedroso, 36 anos, dois dos quatro
filhos que Carmem deixou.
Eles
contaram que foi uma corrida contra o escasso tempo que tiveram para tentar
salva-la com um procedimento feito de forma particular, pois a situação se
agravou rapidamente e desta forma não foi impossível aguardar pelo Sistema
Único de Saúde- (SUS).
“Dois
meses depois que ela fez o pré-câncer surgiu um corrimento, indicativo de que
algo não ia bem. Ela consultou um especialista que, mesmo diante do exame
negativado para um possível tumor decidiu realizar o que a medicina chama de
raspagem, a coleta de material de parte do útero. A amostra seguiu para
biópsia e esta atestou um carcinoma”, revelou o filho.
Carcinoma
é uma espécie de tumor maligno
desenvolvido a partir de células epiteliais, glandulares que tende a invadir
tecidos circulares originando metástase que é Quando o câncer se espalha além
do local onde começou.
E foi o que aconteceu. Diante do diagnóstico grave, um segundo médico
cirurgião foi procurado e novamente diante do resultado do teste analisado
pelo SEG tentou tranquilizar a paciente.
“O cirurgião aconselhou que nossa mãe realizasse uma histerectomia, ou
seja, a retirada do útero e seus adjacentes, como ovários e trompas, por
exemplo,” relembra a filha Jaciane”.
Neste momento, acreditava-se que o câncer estava circunscrito ao
interior do útero, portanto com a retirada de todo o aparelho reprodutor se
impediria que o mesmo se espalhasse, o que infelizmente já era realidade.
“Quando o médico abriu a região, em 27 de julho de 2016, viu que o
tumor já estava nas paredes do abdome e havia também um nódulo no fígado, e
logo a seguir, em agosto, estávamos nos despedindo dela”, recordou o filho.
Depois da situação envolvendo o laboratório contatado pela prefeitura
de Pelotas, referência para exames de pré-câncer para a região que reúne dez
municípios, os irmãos decidiram, após segundo eles terem convicção de que
houve um erro, buscar a justiça para pedir uma reparação.
“Nossa dúvida é em que estado
essas amostras, entre elas a de nossa mãe, foram armazenadas, pois o ideal é
que o material seja novamente testado e possa-se com isso se chegar ao
diagnóstico de câncer, o que nos dará embasamento jurídico, mas o principal é
impedir que isso aconteça com outras mães e filhas, já que casos da doença já
estão surgindo após o mesmo tipo de análise”, conclui Nero Pedroso.
Reportagem: Nael Rosa
Contato: 53- 984586380
email:naelrosa@nativafmpiratini.com
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