quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Câncer de mama: no lugar da coroa, perucas e lenços!


Quarta-feira- 17 de outubro de 2018
A doença fez renascer uma nova mulher
Como quase todas as mulheres que superam a verdadeira atrocidade ao corpo e a mente que é ter e enfrentar um câncer de mama, a piratiniense Juliana Batista, 31, é uma guerreira que enfrentou a doença surgida apenas aos 29 anos, tão nova que, quando o sucinto nódulo foi sentido no seio direito a médica nem mesmo quis solicitar a mamografia.

Mas era preciso investigar e, em maio de 2016, ela, prestes completar 29 anos, obteve o diagnostico tão temido:

“Tudo estava dentro da normalidade, estudos, trabalho, casamento, a vida fluindo normalmente até que, ao tomar banho toquei em meu seio, fiquei um pouco assustada, tinha um leve carocinho.  Com o coração apertado, pois de certa forma sabia o que viria pela frente, me vesti de coragem e  realizei um exame clinico mais detalhado, uma biópsia, e dois dias depois recebi das mãos da médica o resultado. Nele estava escrito: “câncer de mama”. Ali começou minha luta pela vida”, relata Juliana.

Perfeitamente compreensível que, No momento inicia o choro compulsivo seja a primeira reação, mas o relógio da luta contra o tempo para salvar a vida começara, assim era preciso reagir, já que o mais drástico procedimento nesses casos estava decidido, algo que, com o marido trabalhando longe de si e a família também distante, se tornara algo mais complexo, mas era mais que necessário ter coragem, e ela teve.

“Tive apenas um dia para me despedir de meus colegas de trabalho, já que era crucial correr contra o tempo, pois a equipe medica já havia marcado a cirurgia para a retirada da mama por ser uma doença perigosa e haver o risco de se espalhar por outros órgãos”, conta a comerciária.

Juliana disse que, aos poucos foi entendendo que estava doente, assim era mais do que necessário enfrentar os riscos e a dolorida recuperação que requereu centenas de exames e também enfrentar os efeitos danosos ao organismo causados pelas sessões de quimioterapia e radioterapia.

Jovem, bonita, agora sem um dos seios, mas revestida de determinação em viver, ela encarou 16 quimioterapias e 35 radioterapias, o que sabidamente causa outro efeito colateral onde o teste inicial e principal é feito em frente ao espelho.

“Perdi o meu tão amado cabelo, o que para mim foi muito triste, uma vez que, sem ele eu representava alguém muito jovem e doente, mas nunca admiti que me olhassem com pena, então decidi fazer um book fotográfico completamente careca, e confesso eu na noite anterior as fotos fiquei por mais de uma hora me olhando no espelho, eu queria entender quem era aquela mulher refletida, queria ama-la de qualquer jeito, não queria admitir que ela ficou feia por agora estar completamente careca”, recorda.

Mas Juliana entendeu que ela significava muito mais que um lindo cabelo loiro, liso, lindo e comprido, assim, o tratamento foi concluído em março de 2017, e depois de tantos episódios traumáticos proporcionados pela agressiva patologia, chegou a hora de retomar a vida, a rotina de quem verdadeiramente renasceu bem ao estilo fênix.

“Retornei à minha faculdade e pretendo logo me formar. Sempre que posso participo de grupos de apoio a mulheres com câncer de mama, fizemos divulgações, palestras e lutamos pela vida juntas”, conta Juliana que entende ter se tornado um ser humano melhor depois do câncer de mama, pois assegura que algumas vezes guarda a dor no bolso para cuidar de alguém por entender que talvez esta seja a sua missão neste plano.

“A  gente aprende que a vida é hoje e que daqui só levamos o bem, amor que espalhamos!
Quando olho no espelho, sinto um orgulho imenso por esta mulher, por que pra mim ela é: incrível. Ela é a menina dos olhos de Deus”, conclui.



Reportagem: Nael Rosa

Contato: 53- 984-586380 e 53- 999-502191

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