O pala nas cores farroupilha estendido no obro é marca
registrada e fiel e, com esta peculiaridade quase nunca ausente quando pega a
estrada, o cantor e repentista Gilberto Gomes realizada suas andanças
transformando calçadas e calçadões de grandes e pequenas cidades na sua própria
loja de discos itinerante.
Na banca, improvisada em uma singela mesinha,
aquilo que a maioria dos artistas sem espaço na grande mídia adota: vender o
próprio cd de mão em mão e direto aos fãs ou futuros fãs na tentativa de
sobreviver daquilo que compõe.
O centro da terra natal é o ponto de partida da nova
caminhada para comercializar seu mais novo trabalho, Sementes Crioulas, gravado
após seis anos ausente dos estúdios.
- É uma forma que há anos tenho devido à
dificuldade em conseguir espaço nas lojas especializadas e vendendo nas ruas
tenho o contato direto com meus fãs, pra eles já autografo e isso me dá muito
orgulho – explica o taura nascido e
criado no Rincão da Figueira, hoje Ponte do Império, quinto distrito de
Piratini.
E é desta terra, em seu singelo ranchinho que já foi tema
de um de seus trabalhos, que Gilberto tira a inspiração para compor.
- Minha infância, a natureza e as pessoas que lá vivem me
servem como fonte e ali eu , um cultivador da terra, planto sementes
crioulas resgatadas nessas andanças pela
região enquanto vendo – conta.
As sementes inclusive geraram quase tudo que ilustra uma
das capas do atual cd onde o repentista aparece ao lado de abóboras, alho,
feijão e milho, vestido como um camponês.
- Me considero um camponês e quando plantei essas
sementes sonhava em fazer a capa exatamente assim. Além de tudo isso meu ranchinho
produz um porongão que dá pra chocar uma galinha – garante, bem humorado, concordando
a seguir que viver de música é muito difícil e um desafio constante mas é
assim, como ambulante do próprio trabalho que tira seu sustento.
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