Segunda-feira- 03 de junho
A
pouca ou quase nenhuma ação do Estado em fornecer segurança a quem o sustenta através
do pagamento dos altos tributos, na metade sul do Rio Grande vem tirando
gradativamente a esperança da reversão de uma situação que se agrava nas
madrugadas da zona rural.
Os
abigeatários, aproveitando-se da pouca logística e recursos humanos das
autoridades civil e militar e, muito também da imensa extensão rural de Piratini
a ser coberta, asseguram-se na impunidade para dizimar rebanhos inteiros.
Amparado
em uma bengala responsável por lhe dar sustentação para locomover-se, Sérgio
Winckert, (foto), compareceu a recente audiência pública promovida pela Câmara de
Vereadores no salão da Igreja Luterana. Ele avaliou o evento como um fio de
esperança para reverter um quadro preocupante.
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É uma iniciativa válida. Dá-nos mais uma a possibilidade de conversar com algumas
autoridades e pedir novamente ajuda para uma situação extremamente grave e que nos leva a pensar em desistir, mas investimos muito no município, assim, procuramos
sempre o que pode nos ajudar – avalia o produtor desmotivado diante dos quinhentos animais, trezentos somente nos últimos dois anos, roubados de sua propriedade no 3º distrito tornando ele um fiel retrato da impotência diante da realidade que não só
reduz o rebanho, mas também as condições psicológicas de quem é pecuarista.
Matança desmotiva produtores rurais |
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Se é que isso interessa ao Estado, são tantos animais roubados que o nosso psicológico
é aguçado. Eu entrei em depressão, desenvolvi uma síndrome e fiquei dois anos
paralisado – revela Winckert, justificando o andar limitado e a bengala.
A somatória absurda e assustadora e que mostra a
certeza da impunidade, pode ser vista ainda na audácia dos criminosos que encostam pequenos caminhões e carregam lotes inteiros.
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Se você sai pela manhã e encontra um, dois animais carneados, tudo bem, você
está vendo eles, mas, após contagens diárias feitas por seus filhos e seus campeiros e
deles ouvir que depois revisarem quatro, cinco vezes faltam cinquenta, noventa vacas, lhe dá a certeza que nunca mais vai encontrar-los .Isso afeta qualquer um - lamenta-se
Ação da Polícia
Winckert
acredita que as ações da Secretaria de Segurança independem dos números reais
que chegam à polícia e colaboram para que o governo decida para onde irá direcionar
recursos.
-Tenho
todos os roubos registrados na polícia. Gostaria que o secretário de segurança
nos ouvisse e visse esses números e nos desse atenção. Pagamos tributos e o
Estado está perdendo receita com tantos roubos. Não culpo as forças policiais,
pois o que lhes falta são condições para combater no horário em que os roubos
ocorrem onde a grande extensão rural também é um empecilho - completa.
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