domingo, 18 de novembro de 2012

A Consciência ou a falta dela em debate


Trajes típicos deram colorido ao evento
Em Novembro, as discussões em torno do preconceito racial, discriminação e do pseudo fim da escravidão no Brasil, se afloram na Semana da Consciência Negra, discutida bem mais ativa e amplamente, durante o mês dedicado a raça no calendário, ao menos teoricamente, uma vez que o 20 de novembro, data máxima da negritude brasileira, não é feriado nacional, o que se tornou uma realidade no município vizinho, Canguçu.
Em sua programação e espaços organizados pela Pastoral Afro Piratini e pelo Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra local, durante três dias, tendo como palco a Sociedade Recreativa e Cultural 13 de Maio, o popular Senegal, umas das referências, no passado, do Aparthaid na comunidade piratiniense, palestras, temáticas, danças, pratos típicos e a oportunidade de retornar à pauta, situações e limitações que a cada ano parecem não evoluírem na busca de soluções para uma sociedade igual em oportunidades.

Taddei palestrou  para um pequeno público
No sábado, pela manhã, assim como na abertura um dia antes, a parca presença durante a palestra “Educação Para as Relações Étnico Raciais” proferida pelo advogado com mestrado em educação pela UFPEL, Paulo Taddei, que abordou suas teses e teceu seus comentários sobre o assunto para uma plateia possível de ser contada nos dedos.  À tarde, outro retrato do desinteresse nas atividades promovidas pela raça. Durante a exibição do documentário “Atlântico Negro”, algo em torno de 95% do público presente era visitante, alunos e professores da UNIPAMPA Jaguarão
No encerramento neste domingo, a casa estava cheia, mas, novamente, a presença local se resumiu basicamente aos integrantes dos órgãos promotores e das comunidades quilombolas existentes na zona rural, 1º, 2º e 5º distritos.

Na tarde do sábado, uma platéia visitante
Da celebração afro, com a condução do padre baiano Josuel dos Santos, da Congregação Católica de Porto Alegre, comitivas de Canguçu, Pelotas e da capital do Estado. As roupas típicas da colorida cultura africana, se destacaram junto  aos cânticos católicos com toque ou versões afro e, ao desfile da culinária peculiar, ofertada a quem fez novamente desta edição, a possibilidade para os desabafos decorrentes das dificuldades e falta de oportunidades comuns a quem ainda é ou se sente segregado, o que é evidenciado no lema do evento em  2012: “Dialogando para romper preconceitos”. 
Diante das batalhas travadas para excluir ou ao menos amenizar as desigualdades, é inevitável que surja um questionamento:  em 20 de novembro a alusão é  à consciência ou talvez  a ausência dela?





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