Professora foi forte em suas declarações |
A
ausência quase que total de representantes locais, autoridades e principalmente da área educacional durante os três dias de
programação das festividades alusivas à Semana da Consciência Negra, promovidas por órgãos ligados à área durante o fim de semana no clube 13 de Maio,
ocasionou um desabafo da professora Eva Maria Pinheiro, vice-presidente do
Conselho da Comunidade Negra de Piratini.
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Isto demonstra o quanto à escola é racista e o quanto o racismo é institucional
– disparou a vice, fazendo uma referência não ao racismo velado e sim, ao que
foi inserido através da história na cultura da sociedade brasileira.
Para
ela, é imprescindível a participação de todos os segmentos da comunidade
piratiniense em atividades deste gênero, e que visam motivar as pessoas a
discutirem situações em torno da negritude, como o preconceito racial e a
discriminação, mas a instituição responsável por educar tem papel
preponderante.
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A escola é formadora de opinião e tem sim o dever trabalhar a cultura afro-
indígena e se fazer presente em eventos como este, inclusive isso é previsto
em lei – disse Eva, numa referência a Lei 10.639 sancionada em 2003 que institui a obrigatoriedade da temática.
A
timidez com que a contribuição do povo negro para a
formação do país como um todo, é tratado nos colégios, recebe críticas da
educadora.
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Não se vê quase nada neste sentido. A maioria dos professores se sente
retraídos e até com certo receio de abordar esta temática porque às direções
não oferecem, ou não estimulam com o suporte necessário –
A reclamação é justificada com as capacitações hoje ofertadas de forma gratuita pelo Estado, que
custeia as despesas de professores que queiram ampliar seus conhecimentos para depois leva-los para a sala de aula. Na
visão de Eva, isso é pouco incentivado e até divulgado pelas direções que não
demonstram interesse em qualificar para aprofundar as discussões em torno do
tema.
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Não somos somente capoeira e danças. Ensinar
sobre o povo negro não depende de uma ou outra disciplina, estamos em todas. Na Matemática,
cito a engenharia, através das pirâmides do Egito, país da África, que até hoje
não se entende que inteligência era esta, já que tudo está intacto, ou
a Ciência, com as patologias exclusivas dos negros como a anemia falciforme. Em
Piratini, Não há interesse dos brancos nestes assuntos, pois vários eventos realizados durante o ano e onde
ao tema é outro, contam com a presença de
professores e seus alunos – disse em tom de mágoa, a vice –presidente.
Somente alguns mestres e a diretora da Escola Inácia Machado da Silveira, que é negra, participou das festividades.
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