sexta-feira, 26 de julho de 2019

Tainã e o drama de ser um campeão sem patrocínio


Sexta-feira, 26 de julho de 2019
Tainã é um colecionador de troféus, mas mesmo assim não tem patrocínio
O maratonista piratiniense Tainã Rodrigues, 25 anos, que passou a participar de competições apenas em 2014, mas é destaque em corridas realizadas na zona sul, tendo ultrapassado a linha de chegada em primeiro lugar 45 vezes, admitiu que manter-se estimulado para continuar participando de provas não tem sido uma tarefa fácil dado a ausência de patrocínio.

Mesmo sendo um colecionador de troféus e o responsável por ótimos resultados obtidos não só na região, mas também no estado, já que foi vice-campeão gaúcho em 2016 e campeão do certame estadual no ano seguinte, ele faz malabarismo com o salário que ganha como pedreiro para, além de manter-se, também custear o que é necessário para estar nas pistas.

“Consigo no máximo o dinheiro para pagar as inscrições e com isso correr as provas. Viagens, hospedagem e alimentação e também o material usado para treinar e correr sai do meu bolso, do salário que ganho com meu trabalho na construção civil em Rio Grande, para onde tive que mudar não só para conseguir um emprego, mas também para treinar, única forma que encontrei para seguir representando Piratini”, contou Rodrigues.

Tainã revelou que, os inúmeros títulos que tem não se traduzem em prêmios em dinheiro, e que para isso passar a acontecer, sairia do Rio Grande do Sul e com isso passaria a disputar competições em outros estados, como Santa Catarina, por exemplo, onde há uma valorização do esporte e a premiação ajuda no sustento dos atletas.

“Em outros estados há uma valorização do maratonista, o que aqui não acontece, mas o nível também é mais elevado, e se fosse possível e desse tudo certo, isso me ajudaria a estar entre os melhores do país”, destaca.

Ciente de sua realidade, ele que, representando Equipe Gérson Lopes, venceu em junho a  Batalha do Riachuelo, uma prova realizada pela Marinha do Brasil em Rio Grande e que teve um percurso de dez quilômetros, está focado em conseguir a vaga para o mundial de ultra maratona a ser realizado em 2020, quando será desafiado a correr cinquenta quilômetros.

 “Vou à busca do tempo mínimo para conseguir este feito. Para isso tenho outras provas importantes até o final deste ano e que servirão para eu aperfeiçoar minha forma física”, disse o piratiniense que em novembro vai correr os 30 quilômetros da ultra maratona de El Hombre de Hierro, em Melo, no Uruguai, e outros 42 mil metros em dezembro, em Santa Cruz, portanto, em solo gaúcho.

Nael Rosa- redator responsável
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