Flores e presentes para os mestres no Dia do Professor

No dia especial, aos mestres, flores

Entregar flores à professora no dia reservado a ela no calendário,

Para Sandra, surpresa e emoção

Cláudia ganhou bolo, beijos e abraços

O abraço coletivo é a recompensa

é uma tradição, um gesto meigo, verdadeiro e distante de interesses por partir de uma criança.

A atitude carinhosa faz as lutas constantes da categoria e a falta de reconhecimento dos governantes a maior profissão do mundo, ficarem esquecidas diante da ternura dos alunos.

E foram novamente as flores que marcaram o Dia do Professor no Instituto de Educação Ponche Verde. Dezenas delas homenagearam principalmente as educadoras de séries iniciais. No pátio do colégio, Marlenir Garcia, Maria Celoi Furtado e Valdani Duarte, sentiram de perto e nos braços, a maior recompensa por serem responsáveis diretas na formação do caráter das futuras gerações.

Há doze anos dando aulas, Sandra Tunes Joanol, responsável pelo 4º ano do Ponche, deve ter estranhado não estar inserida nas homenagens feitas às demais colegas.

Para ela, estava reservada uma surpresa especial. Ao retornar do recreio, encontrou uma festa organizada e oferecida pelas mães de seus alunos e diante deles, as inevitáveis lágrimas de agradecimento.

- Eu estranhei, mas pensei talvez que eles agiriam diferentes ao ouvir de uma aluna que me entregaria um presente no final. Foi emocionante. É gratificante, não pelo  presente, mas este reconhecimento ao trabalho – resumi a mestre.

Solange Vieira, uma das mães promotoras da surpresa, define a importância de Sandra para o pequeno Wellinton:

- Ela é a segunda mãe de meu filho –

Para Cláudia Gomes, professora do 5º ano, também não faltou bolo, refrigerante, beijo e abraço.

Como passou seu aniversário transcorrido dia 13 longe de seus alunos, ao entrar na sala de aula encontrou a festa com motivo duplo, formada.

- Esse carinho faz valer a pena. Eles são tudo de bom – declarou após os parabéns cantando ao vivo pela Rádio Nativa Fm.
 A aluna Ana Carolina Maneti soube resumir com uma frase o merecimento.

- Ela me ensina muito, é maravilhosa e merece tudo isso - 

Maria Lúcia Corral, diretora da escola, fez um balanço sobre a nobre missão de educar sem o devido valor dado enquanto remuneração e, surpreendentemente, uma vez que este é um grito quase geral, ela atenua o assunto.

- Há realmente muita dificuldade. É uma classe com salários muito baixos e nas últimas décadas pouco evoluiu neste sentido. Mas entendo que somos numerosos e isso torna a situação mais complicada para os governantes – entende a professora na ativa há trinta anos.

Para ela, a paixão está na frente da razão na hora de escolher passar boa parte da vida em frente a uma lousa.

- Quando você pende para este lado não pode pensar muito. Pesa mais nossa paixão por ensinar do que um profissional em busca de salário –

Lúcia viu ao longo dos anos uma mudança na relação mestre/aluno. Em sua concepção, hoje eles são mais receptivos e carinhosos com seus professores  que no  passado era uma figura vista  como  pais rigorosos, não oferecendo a oportunidade do dialogo.

- Confesso que quando comecei eu também era autoritária. Mas há algum tempo isso foi ficando para trás. Conflitos são normais e hoje prefiro o debate de ideias atuando na transmissão do conhecimento para que eles sejam pessoas de bem – finaliza.