domingo, 27 de maio de 2012

Atores chocam ao andar de mãos dadas no berço farrapo


O tradicionalismo ferrenho e latente cultivado na 1ª capital farroupilha desde o berço e por toda vida fazendo com que a bombacha seja peça obrigatória do guarda-roupa de todo piratiniense, não oportuniza apenas que a cidade tenha uma imagem positiva e diferenciada no cenário gaúcho.
O ponto negativo fica por conta da dificuldade ou não aceitação por uma parte significativa da comunidade (eu Nael vivo e sinto isso na pele diariamente) do forasteiro e do negro quando estes ocupam posições de destaque na comunidade ou daqueles que tem uma opção sexual fora dos padrões ditos sociais.
Sem o conhecimento ou alheio a tudo isso ou até mesmo aos riscos que isso pudesse acarretar, os bailarinos Francesco D'Avila e Allan Moscon Zamperini, alunos do curso de teatro da UFPEL, na tarde do sábado protagonizaran uma cena que certamente foi e está sendo tema dos comentarios de muitas familias, tradicionais ou não de Piratini.

Ao caminharem com naturalidade e de mãos dadas pelas ruas do berço farrapo, os colegas que garantiram ao Blog Eu Falei não serem namorados, foram  fuzilados por olhares curiosos e de repulsa originários e comuns em uma cidade pequena e que no gaúcho tem a imagen referencia de masculinidade.

A noite, após o ultimo espetáculo de teatro realizado no 20 de Setembro CTG Franscesco aceitou falar sobre o assunto.
Natural de Arroio Grande e no terceiro semestre do curso,  Francesco concordou que sua iniciativa provocou comentários negativos ou de surpresa, mas que o gesto passivo e já reprimido com violência em outras regiões do Brasil tem um objetivo.
- O que me incomoda é exatamente não fazê-lo, pois a idéia é contribuir para que as pessoas reflitam e no futuro mudem sua opinião com relação ao modelo hoje existente de masculinidade.
Sou do interior e é difícil nas viagens que realizo, inclusive em Caxias do Sul onde morei por quatro anos, ver homens andar de mãos dadas, mas me aguça fazer isso. Alguém tem que se dispor e ter essa coragem sem o medo de ser reprimido- explicou o bailarino.
- O que senti aqui com essa espécie de brincadeira que faço, foi o mesmo que percebi em outras cidades. As pessoas ficam ariscas, incomodadas mas pra mim há necessidade de que  no futuro tenhamos outra visão  sobre as coisas e que isso seja comum- ampliou.
Franscesco finalizou discordando que carinhos entre homens, o que em sua visão só ocorre hoje entre quatro paredes ou quando o dispensamos aos nossos filhos, pais e irmãos, tenha que ficar circunscritos a este espaço.
- Esta atitude pode ou não estar ligado a opção sexual de cada um, mas mesmo que fosse? Sou gaúcho, respeito meu Estado, mas faço isso acima de tudo porque respeito as minhas convicções e sentimentos- concluiu.




4 comentários:

  1. Nada a ver Preconceito, isso é coisa de gente desocupada que julga a opção sexual do proximo, com tanta coisa que realmente interessa ninguém se preocupa. Cada um vive do jeito que se achar feliz isso que realmente importa.

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  2. Eu axo q nos dias atuais, deveriamos rever nossos conceitos sobre o que nos choca realmente. Nao podemos aceitar que a opção sexual alheia (que diga-se d passagem, não nos pertece nem nos afeta) choque mais que a fome, que a corrupção explícita e desavergonhada dos nossos políticos, dentre outros tantos fatos negativos. Isso sim, deveria chocar e provocar revolta.

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  3. Se cada um cuidasse da sua vida as coisas seriam bem diferentes...
    Tenho horror a preconceitos, sendo eles quaisquer...
    Tenho pena de pessoas que perdem seu tempo dando bola a isso...
    E existem muitos pais também que falam de outras pessoas mas na realidade nem sabe de seu filho...
    Antes de julgar os outros...dê uma olhada na sua volta...

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  4. Não tenho preconceito nenhum, quem me conhece sabe. Mas acho que não podemos ser hipócritas, aqui no interior estamos longe de achar essa atitude normal. Penso que nem deveríamos discutir homossexualismo isso é uma opção muito particular de cada um. Acho que causa mais "estranheza" por ser uma cidade pequena, basta irmos em centros maiores e as pessoas de mesmo sexo andam de mãos dadas e ninguém sequer olha ou comenta. O que sempre pergunto é: O que a opção sexual ou cor da pele de uma pessoa poderá interferir na nossa vida????

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