Idosos e crianças discutem na disputa da Academia Popular

Dizer que é insolúvel seria um exagero, mas perceber que a interferência da prefeitura é indispensável e urgente para que não se transforme num problema maior, não seria uma demasia.

Há duas semanas, o blog Eu Falei abordou a dificuldade dos idosos em ter acesso aos aparelhos de ginástica instalados na Praça Tiradentes por ter o local se transformado numa espécie de parquinho de diversões para as crianças. 

Pequenos e nem tão pequenos assim, variando a idade entre 03 e 13 anos, são protagonistas de uma cena que retrata com fidelidade o desrespeito a pessoas da terceira idade ocupando grande parte dos aparelhos da academia que no projeto inicial do Ministério da Saúde era somente para idosos.

De lá para cá, nada mudou e até mesmo discussões entre velhos e crianças passaram a ocorrer na disputa pelos aparelhos que nas mãos infantis e juvenis viraram brinquedos.

Dona Maria Madalena Gouvêa, (foto) 62 e assídua freqüentadora do local, integra os  indignados  com o que classifica de invasão de espaço e inversão de valores.

- Estou abismada com o que presencio. Outro dia uma menina ficou brava e discutiu comigo porque pedi  que me desse à preferência para realizar meu exercício. Numa outra situação, eu tive que sair do aparelho para dar lugar para um senhor que usava muletas, pois a criança não quis sair- relata a idosa indgnada.

Ela também critica o comportamento dos pais e fala do vandalismo.

- Eles agem normalmente como se nada tivesse acontecendo e se a gente tenta ocupar o espaço que é nosso, pedindo que saiam dos aparelhos, os pais ficam bravos. Mas o pior é chegar aqui e encontrar preservativos enfiados exatamente onde temos que por as mãos-

No espaço criado para a prática de exercício, Gilvanete Furtado comparece todos os dias e raramente consegui acesso fácil na disputa com as crianças.

- Sou a favor de uma solução mais drástica para resolver isso. Em minha opinião a prefeitura deveria isolar o local e só permitir a entrada de adultos, pois já que os pais nada fazem esta é a saída, aponta Gilvanete.