Gêmeos não resistiram e morreram em Bagé
Além da permanência junto à esposa, Andrizy Quevedo, 25
anos, que no Hospital de Canguçu ainda luta contra uma infecção de útero,
possivelmente causada pelo líquido amniótico decorrente das complicações do
parto prematuro, Rafael Moreira, da
mesma idade, terá que encontrar tempo para retornar à casa do casal, no
Bairro Cancelão, Piratini, e atender ao pedido feito por
Andrizy quando para ela foi noticiada a
morte dos gêmeos, Alerrandro e Alecsander, na UTI Neonatal da Santa Casa de Misericórdia
de Bagé, onde estavam internados, na
quinta e sexta-feira desta semana: - ela pediu que tirasse tudo de lá, que não
quer nem ver e que nem sabe se vai conseguir
voltar pra casa - contou o Pai, referindo-se
ao enxoval e futuro cômodo que vinha sendo preparado para a chegada dos filhos
prevista, antes das complicações, para somente daqui há três meses e meio.
Antes, ao segurar um dos pequenos caixões na cor branca durante
o curto trajeto entre a frente do Cemitério dos Coutos, localizado na divisa
entre Canguçu e Piratini e o corredor de túmulos onde os gêmeos seriam
sepultados, o semblante pesado e acompanhado das lágrimas, carregava também
expressões de incompreensão e uma certeza: após o nascimento, a disponibilidade
de estrutura e a adoção dos procedimentos adequados, poderiam ter como consequência
um dia dos pais sem tristeza.
- Os médicos disseram que se a UTI de Canguçu estivesse
funcionando, meus filhos teriam 80% de chance de sobreviverem – desabafou Rafael,
ao concordar em falar com a imprensa logo após o sepultamento, entendendo que
mesmo num momento de dor, suas palavras e declarações poderiam mobilizar
entidades a mudar a atual realidade e impedir que outras famílias repitam seu
drama.
- O único momento em que minha esposa os viu foi quando
nasceram. Os enfermeiros colocaram os dois juntos dela. A situação é
precária, investem tanto em outras áreas e na saúde quase nada – desabafou.
- A aparelhagem toda ali e nós tivemos que esperar uma noite
e um dia com eles num lugar improvisado e só conseguimos leito depois que a
justiça decretou – ampliou o pai, narrando parte da peregrinação que só não foi
ainda mais longa por intervenção da Defensoria Pública.
Alecsander, que
pesava 600 gramas, faleceu às 18h15min da quinta-feira e, exatamente onze horas
e quinze minutos depois, no final da madrugada de sexta, quando Rafael organizava os procedimentos para
o sepultamento, recebeu a notícia que o outro filho, Alerrandro, que tinha trinta
gramas a mais, também não havia resistido e assim acabava ali, com final não pretendido, mas cada vez mais comum no país, a história que comoveu todo o Estado
gaúcho.
Minha opinião é exatamente a mesma do pai, investem em tanto e a saúde cada vez pior em todo lugar. falo por experiência própria pois meu irmão passou por isso também em canguçu, perdeu gêmeos também faltando 3 meses e meio p data prevista do parto da esposa mais com a UTI desse jeito o que aconteceu lamentavelmente pode vir a se repetir e ai? indignação e . fazer oque?!
ResponderExcluirA minha opinião é exatamente a mesma do pai, falo por experiência própria pois meu irmão passou por isso a pouco tempo também perdeu gêmeos por falta de estrutura no hospital quando faltavam apenas 3 meses e meio para a data prevista do parto da esposa, e lamentavelmente com a UTI assim desse jeito isso que aconteceu vai se repetir mais vezes" indignação, revolta, dor e . fazer oque?!
ResponderExcluirPois é Gisele Xavier SE REPETIU E SE REPETIRÁ...A vida humana perdeu seu valor..ninguém mais se importa...é incalculável a dor dessa família e minha também...
ResponderExcluirMe questiono o porquê de os leitos só aparecerem quando a justiça foi acionada...10 dias de espera..duas vidas jogadas fora e uma família que nunca mais será a mesma...
Fica aí a minha manifestação de revolta, indignação e a pergunta no ar: - Pra quem seriam destinados estes leitos que surgem de uma hora pra outra mediante a ordem judicial? Por que, em 10 dias , eles nunca apareceram? E quem vai tirar essa dor de nossos corações? que Deus nos proteja porque somos náufragos no País da Copa...
Um país onde a copa é mais importante que a saúde,a educação e tantas outras coisas que tem mais valor !Vidas se perdem e a saúde não melhora nunca,só piora e piora !E esses leitos que só aparecem com ordens judicias,será que se tivessem dinheiro em mãos eles apareciam no mesmo dia?Onde está os direitos das pessoas que não tem $$ ?
ResponderExcluirQue Deus conforte o coração de vocês familiares,pq infelizmente só ele agora pode ajudar!Força a vocês !