O Eu Falei não vai calar!!!

Há dois anos, quando consegui finalmente abrir espaço na emissora a qual trabalho para um jornalismo voltado para a comunidade, tenho sentido na pele que aqui a politicagem nojenta reina e impede ou, ao menos no meu caso, tenta impedir, que fatos que não agradam essa ou aquela cor partidária cheguem ao conhecimento da população.

Ouço a todo o momento que eu tome cuidado, que podem descontar eu meus filhos, que vou me dar mal caso eu não abandone este estilo imparcial, corajoso e as vezes até mesmo polemico. Mas por entender que alguém precisa oferecer voz aos excluídos não cedo.

Meu carro já foi riscado, amassado, apedrejado, por pessoas que insistem em apenas permitir que leiam, vejam ou ouçam, apenas o que lhes agrada umbigo.

Perdi  as contas das tentativas veladas ou disfarçadas de cerceamento, ameaças ou de pedidos descarados que recebi e ainda recebo, para que  não publicasse determinados trabalhos.

Minha resposta à politicagem enojante e a quem faz uso dela sempre foi: não!

Uma grande parcela da população, principalmente nesta época, parece aumentar a venda nos olhos e por tampões nos ouvidos e com isso, ter parte dos sentidos limitados.

Você fala “bola” no ar, sai do outro lado “gol”, e daí em diante, a fofoca corre solta até chegar ao interessado e o resultado para o órgão de imprensa e seu profissional é desastroso.

Ontem, o mais novo exemplo disso. Ao atuar na cobertura do caso “Patorra”, apenas fiz meu trabalho levando à população todos os detalhes que envolveram a sentença dado pela Justiça. Mas de nada adiantou atuar com imparcialidade. Horas mais tarde, o candidato recebeu inúmeras ligações dando a ele versões distorcidas  e, já estressado, procura-me e a minha emissora, entendendo que estava sendo perseguido. Acalmou-se somente após ouvir a gravação do que havia ido ao ar.

Certa vez, um ex-secretário da administração pediu minha cabeça em uma reunião porque em sua mente mentecapta, entendia que eu não era “deles”, pois em minhas pautas diárias abordava problemas como esgoto a céu aberto, buracos e estradas que precisavam de manutenção.

Essa retaliação só não foi adiante pela intervenção e decisão da maioria do secretariado e seu comandante, que justo, entendeu que o trabalho enquanto imprensa livre e bem realizado, apontava na mesma dimensão também os acertos da administração, portanto, o pedido para por na bandeja era absurdo.

E o sínico, assim que terminou a reunião, ainda me procurou para me avisar que seus colegas de trabalho estavam pressionando para que eu fosse destituído da função de redator e apresentador do programa da prefeitura, Ação e Resultado.Disse ele: vou te avisar porque tu é meu bruxinho. Os caras lá tão dando pressão, tás me entendendo? Meses depois, tive a chance, caso fosse maléfico tanto quanto ele, de detona-lo mas como a denunciante era sem credibilidade, me recusei.

Mas não se iludam, pois eu não cometo este erro. As tentativas de “cala boca”, vem também de pessoas que hoje são oposição. O que dizer de um vereador que pra bem de me deixar trabalhar e circular sem medo câmara, tive que leva-lo subir a escadinha. Esse incomodou e tentou me calar varias vezes. Essa semana ainda, outro ligado à oposição tentou usar meu blog para atingir a administração. Resposta:não! Viu? Eu disse que vinha de todos os lados

Enfim, tantas reclamações, aumentadas neste período eleitoral e que geram diariamente transtornos para a empresa que atuo, que devo  usar o bom senso. Por isso, ao menos neste período de politicagem, concordo que devo congelar minha atuação ao microfone com relação aos problemas que atingem a comunidade, pois sou apenas um dos dentes da engrenagem que se insistir em fazer aquilo que tem gerado tantas reclamações de todos os lados de alguns poucos  membros dos principais partidos hoje no poder ou que ambicionam estar nele ano que vem, estarei prejudicando a todos que atuam comigo.

Calo-me parcialmente, mas neste blog, que é de minha inteira responsabilidade, agora passo a ser ainda mais abrangente com relação as situações que prejudicam aqueles quem já não tem mais a quem gritar.