Quarta-feira- 23 de janeiro de 2017
Diante da dor, casal optou pela prevenção dos perigos que as águas oferecem |
- A gente vai morrer assim, então só esperamos
que um dia Deus permita que nos encontremos com ele, pois até hoje é impossível
pensar que ficamos sozinhos no mundo depois de ter um filho maravilhoso. Meu o
coração está sempre partido e, em tudo que olho parece que eu vou ver ele -
Foi
com essa frase triste e dita entre lágrimas que Amilton Ronei Madruga, 56 anos,
o popular Tachinha, resumiu a dor dele e da esposa, Sônia Madruga, 58, causada
pela ferida aberta há oito anos quando ele teve que assistir um PM tirar seu
único filho das águas do Rio Piratini, ao lado da ponte do costa.
Com
o objetivo de alertar outra vez para o risco iminente de nos refrescarmos em
locais que não contam com a presença de salva-vidas, ou seja, a grande maioria,
como lagos, rios, açudes e riachos, que o blog Eu Falei convenceu o casal a
falar pela primeira vez com a imprensa sobre a tragédia familiar ocorrida em
2010, quando Fayller Madruga estava há menos de um mês de completar 22 anos.
-
Até hoje, eu não sei como se deu o fato. Lembro que meu filho saiu para ir à
Festa do Sorvete e nós saímos meia hora depois para encontra-lo no balneário
municipal, logo a seguir, recebemos a noticia – recorda o pai que revelou: Fayller
não sabia nadar.
Para
a mãe o sentimento de dor obviamente não é diferente, mas, durante os relatos
ela preferiu lembrar-se do comportamento e jeito de ser do filho.
-
Ele era uma benção. Alegre, extrovertido, obediente. Nunca tivemos problemas
com ele relacionados a nada, sempre nos pediu orientação, enfim, sempre fomos
muito família- comenta Sônia.
Dar dor à prevenção
Helenice
Ávila, atual presidenta do Rotary Clube Piratini, estava, por ser na época do
Rotaract, uma das alas da família rotária, colaborando com a organização e
realização do maior evento da entidade (Festa do Sorvete) no dia trágico. Ela
foi convidada por nossa reportagem, juntamente com o atual presidente do
Rotaract, Lucas Segatto, a participar da entrevista com Tachinha e Sônia.
Ela
relembrou que à época, Eduardo Andrade, também participante, foi um dos que
teve a ideia de convencer, um ano depois do fato, mesmo ainda em meio à dor, os
pais do jovem a permitirem que o nome do filho deles batizasse uma campanha de conscientização
que alerta para os riscos e perigos de tomar de banho em locais desprotegidos.
-
Ele era do Interact, assim sempre fomos muito próximos da família e o que
ocorreu nos abalou muito, então, a intenção foi e ainda é, fazer com que isso
não ocorra em outras famílias, assim nasceu com a autorização deles a campanha “Na onda da paz Fayller Madruga” relembra Helenise.
Ela
diz acreditar que toda a ação neste sentido é mais para despertar a conscientização
e acredita que estas conseguem anualmente chamar a atenção de algumas pessoas
para o perigo.
-
Sabemos que após a tragédia que nos acometeu ocorreram outros casos de
afogamentos em Piratini e, infelizmente, vai acontecer outra vez, mas nosso esforço é válido para
que as pessoas em algum momento parem, nos escutem e analisem, afinal não tem
volta então. nossa preocupação aos olhos de alguns pode parecer tímida, mas temos certeza que alguém vai nos escutar –
conclui.
Ao
final, Sônia revelou que chegou a requisitar a colocação de uma placa no local
do corrido alertando para o perigo daquelas águas, já Tachinha, disse que
quando lhes foi pedida a autorização para o batismo da campanha eles
concordaram imediatamente. Ele alertou que no mesmo local em que perdeu o
filho já se afogaram outras seis pessoas.
-
Muitos morreram ali. É preciso que haja a consciência, é preciso prevenir
porque realmente é muito perigoso – finaliza.
Nael Rosa- redator responsável
Contato: 53-84586380
Naelrosa@nativafmpiratini.com
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