terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Um molho mais salgado e com menos tomate




                                 Aumento médio no tomate supera qualquer recorde 


O aumento médio de 219,21% no quilo do tomate nos supermercados de Pelotas em novembro chegou a surpreender até mesmo os vendedores, conforme contou a supervisora de Educação ao Consumidor do Procon local, economista doméstica.
Encarregada de realizar a pesquisa de preços da cesta básica e da ração essencial e o comparativo entre eles, Nóris ouviu comentários de que o custo do produto tinha aumentado de menos de R$ 2,00 para até R$ 5,50 em dois dias. Na média obtida pela economista doméstica, o quilo do tomate custava na sexta-feira, dia da pesquisa, R$ 4,50. Em novembro, a cesta básica de 51 produtos teve reajuste médio de 1,23% e a ração essencial de 13 itens, 2,17%.
Histórico
Em setembro, o tomate teve a maior queda de preços na pesquisa do Procon, de 51,17%, o que voltou a ocorrer em outubro, de 51,91%, depois um aumento anterior que elevou o quilo para até R$ 8,00. Rico em vitamina C e licopeno, tem propriedades antioxidantes, importante no combate aos radicais livres, e é recomendado na prevenção do câncer de próstata, explica a nutricionista Karina Linhares. Frutas ricas em vitamina C e de cor vermelha podem ser substitutas para o tomate nessas duas indicações. A professora Marédima Amaral, moradora no Jardim das Tradições, sabe de todas essas propriedades do tomate, mas confessa que troca o produto por vegetais e legumes. “Mudo o cardápio”, diz a consumidora, que prefere utilizar o tomate nas saladas.

Avaliação

“Esse mês loqueou”, avaliou a economista doméstica do Procon, que acredita nos fatores climáticos como principais causadores dessa elevação sem precedentes para o produto. Dos 51 produtos da cesta básica, apenas seis permaneceram com preços estáveis: o café, a linguiça fresca embalada, a margarina, o sabonete, o cigarro e o gás de cozinha. Na cesta básica, para atender a quatro pessoas, o custo médio total encontrado pelo Procon foi de R$ 532,46, enquanto na ração essencial, que deve suprir as necessidades de apenas uma pessoa, ele chegou a R$ 243,62. Na primeira, o consumidor teve que arcar com um gasto de mais R$ 6,46 e com o segundo, de R$ 5,17. Segundo Nóris, a recomendação aos consumidores é sempre a mesma: pesquise os preços, porque a variação é muito grande de um para outro estabelecimento.

Principais variações

Aumentos 

Tomate - 219,21%

Presunto magro fatiado - 30,46%

Massa de tomate - 20,67%

Laranja - 15,86%
Farinha de trigo - 9,34%
Quedas
Cebola - 24,85%
Repolho - 18,32%
Óleo de soja - 6,93%
Cenoura - 6,33%
Feijão preto - 5,88 %

Marédima avalia que o produto encontrado em alguns estabelecimentos pode ser mais barato, mas não tem qualidade. Para o comerciante Vagner Dutra, que é engenheiro agrônomo e conhece todas as propriedades do tomate, o preço elevado foi um dos fatores que fizeram que não comprasse o produto ontem para oferecer aos clientes. “Eu sabia que estava alto. Preferi deixar para amanhã. Pode ser que baixe”, explica, mostrando os menos dois quilos que tinha para vender à tarde, com o preço de R$ 4,50 o quilo. Também comerciante, Hugo Weimar, vendia o tomate do tipo longa vida, o mais encontrado nessa época do ano, também por R$ 4,50 na tarde de ontem, mas contou que pela manhã esse preço era de R$ 6,00. “Veio um novo mais barato”, justificou.
Por: Maria da Graça Marques- Diário Popular

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