quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Sobre o amor ... que amor?

Paulo Eduardo Dias Taddei Escrevi, esses dias, um pequeno texto sobre o amor no Facebook. Solicitaram-se sua ampliação e publicação. Estou fazendo isso. Correndo todos os riscos de quem fala sobre um tema que pode transitar do simplório ao complexo com a velocidade da luz. É, também, sempre um tema polêmico, posto que subjetivo; alicerçado na opinião. Corro o risco de passar por brega ou pueril. Assumo o risco, em nome do amor (Viram? Nada mais brega do que esta afirmação). Observo, cotidianamente, inúmeras manifestações sobre o amor. No caso, para ser mais específico, sobre o "amor condicional". Não vejo como alguém que não se ame possa efetivamente amar alguém. Pode ter um sentimento de posse muito forte, doentio até, a ponto de se autodesprezar em favor do outro, mas isso não é amor, pois o amor, mesmo que condicional, não convive com o autodesamor. Os gregos falam de quatro tipos de amor: Eros (amor físico/sexual), Storge (amor familiar), Philos (amor amigo) e Ágape (amor incondicional). Especulando, opino que um relacionamento, em regra, começa pelo Eros, passando pelo Philos, para, um dia quem sabe, chegar ao Storge (não considero o Stroge como amor consangüíneo, unicamente). Ou, por outro lado, pode acontecer tudo isso simultaneamente. Quem duvida? O “philos” é que faz o relacionamento durar. O “Eros”, como foi dito, é de presença certa nos primeiros tempos do relacionamento, mas tem seus dias contados, podendo levar com ele o próprio relacionamento. Existe um amor doentio que às vezes é confundido com o amor incondicional. Existem pessoas, por exemplo, que, simplesmente, de forma patológica, colocam na cabeça que não podem viver sem determinada pessoa, que “não está nem aí” para ela. Isso é doença e deve ser tratada. Há, por outro lado, quem diga que “amor sem ciúme é como uma flor sem perfume”. Bobagem! Simploriedade! Amor e ciúme não andam juntos. Eles colidem! Paixão e ciúme podem andar juntos, em relação dialética de exclusão e complementação, mas amor ... não creio! Amor é um sentimento positivo, mesmo que seja condicional, enquanto ciúme é sempre um sentimento negativo, destrutivo e, pior: autodestrutivo. Existem pessoas que não conseguem ter uma relação sem ciúme. E suas relações são, em regra, a ante-sala do “inferno”, salvo se o(a) companheiro(a) se sujeite a todos os seus caprichos patológicos. Qual o amor ideal? Ora, o ideal é o amor incondicional, um amor muito raro entre os humanos. No amor incondicional você ama sem pedir nada em troca: ama porque ama; o amor é um fim em si e para si, e não um meio. Atenção: este amor não é doentio; este amor deixa livre; este amor não sufoca. O amor condicional, o mais comum – e possível – entre nós, pode – e deve – ser saudável, dependendo de como lidamos com ele. Não temos ainda evolução moral suficiente para amar incondicionalmente, salvo exceções, como, por exemplo, Madre Tereza, Chico Xavier, Francisco de Assis, Antônio de Pádua, dentre outros. Não falo de Jesus pelo mito construído em torno deste ilustre personagem. Tive coragem! Assumi o risco! Mesmo que, vez ou outra, tenha caído na simploriedade e na breguice. Enfim, venci-me e, atendendo a um pedido, escrevi sobre o amor. Tentei – não sei se consegui, mas, minha intenção foi tratar o amor não como um termo surrado, gasto e anacrônico, mas como um sentimento (e um comportamento) positivo, marcado pelo respeito, pela tolerância, pela paciência, pelo afeto, pela solidariedade, pelo companheirismo, enfim ... por tantos outros sentimentos e comportamentos positivos. Acho que, por enquanto, é isso!

1 comentários:

  1. Também creio em um amor em que haja respeito,companheirismo, comprometimento,afeto...
    Entre casais normalmente o amor é condicional e creio que assim deve ser para que mantenhamos nossa individualidade, autoestima e personalidade. Quando somos camaleões no amor e incorporamos a personalidade do outro, penso que nos perdemos de nós mesmos. Amor incondicional realmente é para poucos espíritos superiores que já se libertaram do lado sombrio e conseguem ser luz. Acredito que procuramos ascender, e com o passar dos anos e esforço, vamos tentando amar com mais leveza e qualidade. Belo texto, Paulo Eduardo

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