Quarta-feira- 12 de junho de 2019
Segundo delegado, irmãos foram executados |
Três anos
após o duplo homicídio ocorrido na noite de 03 de março de 2016, quando o
policial militar Edelmiro Mendonça Furtado , à época com 41 anos, e seu irmão
Armando Mendonça Furtado, 46, executaram, segundo a conclusão do inquérito
policial, os também irmãos Hermínio e Horaci da Rosa Ávila, 33 e 36 anos
respectivamente, crime que ocorreu no Corredor do Kubischek,
4ª distrito de Piratini, o Blog Eu Falei entrevistou o delegado Rafael Vitola
Brodbeck, responsável pela investigação que culminou no indiciamento dos
acusados por duplo homicídio qualificado.
Brodbeck, que, em um primeiro momento não prendeu
os autores dos vários disparos que mataram os irmãos moradores do Cancelão, por
ouvir deles que estes haviam apenas se defendido, uma vez que alegaram terem
enfrentado abigeatários que teriam disparado em suas direções, relembrou que dois
dias após os crimes já deu inicio a peça policial que culminou no pedido de
Prisão Preventiva.
“De forma extraoficial eu obtive as primeiras conclusões
da perícia que me fizeram duvidar da alegação de legítima defesa e mais tarde
ter a convicção do que houve lá na verdade foi uma execução”, afirma o
policial.
O delegado disse que o
trabalho pericial concluiu que Hermínio e Horaci morreram após receberem
disparos efetuados de frente e de cima para baixo, portanto se houve mesmo uma
perseguição ao Chevette das vítimas, o carro dos irmãos acusados ultrapassou
este e, possivelmente a execução aconteceu após o choque do veículo dos mortos ter
sofrido uma batida.
“Eles alegaram uma troca de
tiros, mas todos os disparos encontrados nos mortos foram frontais, nenhum
pelas costas. Na arma encontrada com os ocupantes do Chevette, apenas uma
munição havia sido deflagrada, portanto, a meu ver, que troca de tiros foi esta
onde só um tiro por parte das vítimas foi efetuado?”, indaga o delegado, que
afirma não ter sido encontrada nenhuma marca de tiro no veículo dos assassinos,
embora em depoimento, Edelmiro tenha dito que as vítimas efetuaram vários disparos
na sua direção.
“Inicialmente não tínhamos
motivos para duvidar da versão do policial envolvido, afinal na região ocorriam
mesmo muitos crimes de abigeato, mas as primeiras informações da perícia
fizeram com que começássemos a pensar que a versão dada por ele não era
verdadeira, pois além do constatado, também o ouvi em depoimento”, acrescenta.
Contradições encontradas nos
diálogos do delegado com o policial militar que está preso no Presidio Militar
em Porto Alegre, e por seu irmão encarcerado em Canguçu, embasaram a decisão de
prendê-los e deram a certeza de execução.
Para a alegação de que eles
haviam sido roubados, Brodbeck lembra que, no primeiro depoimento dado na
delegacia, o soldado afirmou que uma vaca tinha sido carneada, animal que nunca
foi encontrado.
“Na primeira vez que o ouvi,
ele disse que havia um animal que tinha sido morto, e dias depois, caiu em
contradição, ao dizer que só soube desse crime de abigeato dois dias depois do
ocorrido, versão também não sustentada pelo irmão dele, ou seja, eles faltaram
com a verdade”, disse o delegado.
Por fim, ele entende que os procedimentos
adotados seguiram os trâmites normais, pois a chegada de novos elementos colhidos
pela perícia técnica e as contradições obtidas
nas rodadas de depoimentos, fizeram as investigações tomar um novo rumo
culminado no encarceramento dos acusados.
“Não poderíamos ter feito as
coisas no calor do acontecimento, investigar com base em emoções ou clamor
público, e sim nos orientarmos de forma técnica e servindo a verdade, nunca
interessando servir as vítimas nem os autores dos crimes”, conclui.
Nael Rosa- redator responsável
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