sexta-feira, 15 de março de 2013

Carreirinha e Jorge seguem firme ao volante


Se manter ao volante após seus acidentes automobilísticos passou a ser o desafio a ser perseguido por dois funcionários públicos municipais que em comum além da paixão pela profissão trazem consigo a ausência de seus membros de locomoção.
Hoje, perfeitamente adaptados às próteses, Jorge Augusto Perret, 43 anos e seu colega Roberto Garcia Farias, 34, o Carreirinha, ambos lotados na Secretaria Municipal de Saúde onde atuam como motoristas, levam uma vida que garantem beira à normalidade.
Jorge perdeu a perna esquerda em 2008 ao colidir com uma picape F-1000 e assim como o colega Roberto, poderia se não fosse o gesto de humildade do secretário da pasta, Diego Espíndola, estar atrás de uma mesa de umas das repartições da prefeitura fazendo tarefas burocráticas.
- Poder continuar ao volante significou a valorização do ser humano. Sinto-me útil fazendo o que gosto que é servir as pessoas. Se eu não estivesse dirigindo, estaria frustrado e deprimido – entende Jorge que revela que os vinte e cinco mil reais usados para comprar a prótese foram doados pelo ex- prefeito Francisco Luçardo.

Para Roberto Carreirinha, a esperança de voltar a andar com qualidade veio da solidariedade de toda uma comunidade responsável por doar grande parte dos quase vinte e dois mil reais usados para adquirir a perna mecânica.
Carreirinha foi vítima de um acidente ocorrido no Distrito Ferraria em 2010, quando ao guiar uma Kombi escolar chocou-se contra um caminhão, como mostra a foto de nosso arquivo. Naquele momento e, durante o longo e complicado processo de recuperação, o sonho de continuar atuando na profissão esteve de certa forma distante.
- Sempre quis ser motorista. Sou um apaixonado pelo que faço e a partir do momento em que isso deixou de fazer parte da minha vida foi complicado – revela Carreirinha que ainda no hospital foi tranquilizado
- O secretário Diego me garantiu que faria de tudo para que não só eu, mas também o Jorge continuássemos dirigindo –
  E assim foi:
- Eles são duas das grandes satisfações que tenho enquanto secretário. Entendo que foi mais um gesto de humanidade do que qualquer outra coisa. A vida deles toda foi na estrada e depois do acidente seriam recolocados em funções burocráticas, sem ter perfil  para isso. Certamente isso iria ocasionar problemas psicológicos como a depressão – disse o secretário Diego Espíndola,(à esquerda), que com recursos da prefeitura investiu cerca de 3.600 reais na adaptação de dois veículos que tem o sistema de embreagem na palanca de marchas.
- São dos grandes profissionais e desempenham suas tarefas da mesma forma que os demais funcionários que também atuam como motoristas – garante Espíndola, que exemplifica tanta confiança:
- O Carreirinha é um grande amigo que conquistei e meu motorista de confiança -

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