Se manter ao volante após seus acidentes automobilísticos passou a ser o desafio a ser perseguido por dois funcionários
públicos municipais que em comum além da paixão pela profissão trazem consigo a
ausência de seus membros de locomoção.
Hoje, perfeitamente adaptados às
próteses, Jorge Augusto Perret, 43 anos e seu colega Roberto Garcia Farias, 34,
o Carreirinha, ambos lotados na Secretaria Municipal de Saúde onde atuam como
motoristas, levam uma vida que garantem beira à normalidade.
Jorge perdeu a perna esquerda em
2008 ao colidir com uma picape F-1000 e assim como o colega Roberto, poderia se
não fosse o gesto de humildade do secretário da pasta, Diego Espíndola, estar
atrás de uma mesa de umas das repartições da prefeitura fazendo tarefas
burocráticas.
- Poder continuar ao volante
significou a valorização do ser humano. Sinto-me útil fazendo o que gosto que é
servir as pessoas. Se eu não estivesse dirigindo, estaria frustrado e deprimido
– entende Jorge que revela que os vinte e cinco mil reais usados para comprar a
prótese foram doados pelo ex- prefeito Francisco Luçardo.
Para Roberto Carreirinha, a esperança
de voltar a andar com qualidade veio da solidariedade de toda uma comunidade
responsável por doar grande parte dos quase vinte e dois mil reais usados para
adquirir a perna mecânica.
Carreirinha foi vítima de um
acidente ocorrido no Distrito Ferraria em 2010, quando ao guiar uma Kombi
escolar chocou-se contra um caminhão, como mostra a foto de nosso arquivo. Naquele momento e, durante o longo e
complicado processo de recuperação, o sonho de continuar atuando na profissão
esteve de certa forma distante.
- Sempre quis ser motorista. Sou
um apaixonado pelo que faço e a partir do momento em que isso deixou de fazer
parte da minha vida foi complicado – revela Carreirinha que ainda no hospital foi
tranquilizado
- O secretário Diego me garantiu
que faria de tudo para que não só eu, mas também o Jorge continuássemos dirigindo
–
E assim foi:
- Eles são duas das grandes
satisfações que tenho enquanto secretário. Entendo que foi mais um gesto de humanidade
do que qualquer outra coisa. A vida deles toda foi na estrada e depois do
acidente seriam recolocados em funções burocráticas, sem ter perfil para isso. Certamente isso iria ocasionar
problemas psicológicos como a depressão – disse o secretário Diego Espíndola,(à esquerda), que com recursos da prefeitura investiu cerca de 3.600 reais na adaptação de dois
veículos que tem o sistema de embreagem na palanca de marchas.
- São dos grandes profissionais e
desempenham suas tarefas da mesma forma que os demais funcionários que também
atuam como motoristas – garante Espíndola, que exemplifica tanta confiança:
- O Carreirinha é um grande amigo
que conquistei e meu motorista de confiança -
0 comentários:
Postar um comentário
Deixe sua opinião! Pois a mesma é de extrema importância para nós!