O Blog Eu Falei colocou em discussão um assunto que tem dizimado famílias com uma frequência que assusta até mesmo a Igreja Católica: a infidelidade.
Quando isso ocorre, quem, na relação, é o responsável?
O traidor, o traído, ambos?
Em nossa enquete, um empate técnico e surpreendente.
Dos participantes, 48% apontaram o traidor como responsável. Mas com apenas um voto a menos, portanto com o mesmo índice, a enquete apontou o casal como o motivo do ato sem justificativa mas, com explicação.
Apenas 3% apontaram o traído como culpado.
Mas o que dizem os espacialistas?
Leia abaixo um interessante artigo publicado na Revista Vida & Saúde.
Infidelidade Conjugal e
Nacional
A infidelidade conjugal continua a
destruir muitos lares,infelizmente. É um sintoma tanto de problemas emocionais
como espirituais;um tipo de maldade,mesmo que ocorrendo sem intenção consciente
de machucar o conjugue traído.
Nada justifica a traição conjugal. A
situação conjugal complicada pode explicá-la, mas não justificá-la. Justificar
tem que ver como provar que houve uma razão legal ( dentro da lei) para o ato,
ou significa tratar como justo um comportamento ou ainda provar a existência de
um motivo legítimo para o ato realizado. Trair não é justo.
O conjugue que trai age injustamente.
O conjugue traído talvez tenha sido injusto no sentido de ter privado o outro
de atenções, sexo,diálogo,companhia,etc. Ambos, traído e traidor,geralmente têm
culpa no caso de uma infidelidade no casamento. Na verdade, não há um carrasco
e uma vítima. Ambos erram. Há pessoas que traem porque são compulsivas sexuais.
Nesse caso, o outro conjugue não tem quase nenhuma culpa.
Se o cônjuge traído sempre foi fiel e
fica sabendo da situação,instala-se uma dor de difícil cura. Abre-se uma ferida
cheia de ódio,tristeza,estranheza,sensação de estar casado agora com um
‘’inimigo’’ . O que era íntimo fica afastado ; o que era confiável,fica desconfiado;
o que era amigo,parece inimigo; o que era conhecido, fica estranho.
A Dra. Carmita Abdo e equipe
pesquisaram entre 3106 mulheres brasileiras,concluindo que as mulheres que
menos traem são as do Paraná (19,3%) enquanto que as que mais traem são as do
Rio de Janeiro (34,8%).
Outros Estados ficaram assim quanto à
porcentagem de mulheres que traem (em média): Pará 20,3% ; Santa Catarina 23,3%
; Mato Grosso do Sul 23,6 % ; São Paulo 24,1% ; Bahia 25,2 % ; Pernambuco 26,5
% ; Ceará 26,7 % ; Goiás 27,7 % ; Minas Gerais 29,5 % ; Rio Grande do Norte
30,2 % e Rio Grande do Sul 31,7 % .
Quanto aos homens, os que menos traem
são os do Paraná também, mas mesmo assim com índice muito alto (43%) . Depois
vem São Paulo com 44% ; Minas Gerais
52 % ; Rio Grande do Sul 60% ; Ceará 61 % e o estado com maior número de
homens infiéis é a Bahia com 64% . Ou seja, em cada 100 homens baianos casados,
64 traem suas esposas em algum momento da vida segundo esse estudo da Dra.
Carmita da USP.
A prevalência de um ‘’caso sexual’’
entre 6846 participantes da pesquisa mostrou o seguinte quadro : 50,6 % dos
homens brasileiros admitiram ter tido um ‘’caso sexual’’ com outra mulher,
enquanto que 25,7 % das mulheres admitiram ter feito sexo com outro homem. Ou
seja, em cada 100 homens casados no Brasil, 50 tiveram um ‘’caso’’ e em cada
100 mulheres casadas, quase 26 também tiveram contato extraconjugal sexual. Uma
lástima e uma tragédia indevidamente alimentada pela má mídia.
A internet favorece a infidelidade
conjugal. Pessoas casadas frustradas em seu casamento buscam ‘’amor virtual’’.
Isso mascara o problema e pode complicar as coisas. Cerca de 60% dos casos de
traição virtual termina em sexo real. Uma pessoa casada que busca erotismo na
internet está maltratando seu casamento porque estará comparando injustamente
seu conjugue com uma imagem pornográfica. Da mesma forma a pessoa casada
frustrada em seu matrimônio que busca romance na internet está afundando ainda
mais seu relacionamento e de forma injusta, porque é muito fácil ser ‘’amável’’
virtualmente e mostrar uma imagem de incompreendido(a) ou vítima para a pessoa
no outro lado da conexão ( ou pessoalmente).
Criam-se ilusões e a coisa piora. E a
verdade é que uma pessoa ‘’interessante’’ também tem problemas.
A saída para evitar a infidelidade
conjugal passa por (1) diálogo sincero, (2) humildade de ambos,marido e mulher,
para aceitar dificuldades pessoais e procurar ajuda para resolvê-las , (3)
aceitar a limitação do outro para amar
como sonhamos ser armados,(4) aceitar o amor possível, (5) parar de ter
obsessão pelo outro, (6) aprender que homem e mulher são diferentes do ponto de
vista comportamental e que esse fato produz a necessidade de aceitar as
limitações pessoais e por último a compreensão de que o outro nunca poderá
preencher todas as necessidades de cada um.
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