Roscas gigantes custam R$ 6.00 |
O talento para produzir os
tradicionais pães de casa, preferidos por seu sabor diferenciado e sem adição
de produtos químicos além do fermento, para Eva de Souza Peres é visto como
hereditário e foi aperfeiçoado na infância e juventude convivida em família,
onde a mãe Edithe mantinha os filhos atentos e envolvidos em todo o processo de
confecção do alimento sagrado.
A filha assimilou os
ensinamentos e já casada manteve um forno artesanal construído com tijolos no
quintal de casa e onde toda vizinhança assava seus pães para ao final, reunir-se
e saborear popular “de cada dia”, regado ao bom chimarrão.
A atividade coletiva foi deixada
de lado após a morte de uma das integrantes do grupo e para não se distanciar
do que considera um dos seus grandes prazeres da vida, Eva transformou a
garagem em um mini- panifício caseiro nde há quinze anos a aposentada encanta a
clientela que consome todas as 120 unidades diárias.
Arte do panifício caseiro foi ensinada pela mãe |
A rotina, inclusive aos
domingos, começa com o nascer do sol, às 06 horas da manhã sendo sempre
encarada com alegria, ingrediente apontado como o segredo para o crescimento da
massa que irá ainda se transformar em versões com torresmo, bolachinhas de nata
e roscas integrais.
- Aprendi com minha mãe e
faço porque adoro esticar, sovar e assar. Já estou aposentada e não precisaria trabalhar,
mas faço por prazer – disse dona Eva à reportagem, sem interromper o processo e,
ao colocar mais uma forma no forno industrial, um dos três equipamentos comprados
com a renda da produção, o que proporcionou aumentar a produção.
Roscas integram produção diária |
O sucesso local atravessou fronteiras
e hoje, os pães são consumidos não só em outros municípios da zona sul e fronteira,
mas também enfeitam mesas e alimentam famílias durante cafés na capital, Porto
Alegre e até em São Paulo.
- Tem um cliente paulista
que leva pães para mais ou menos uns dois meses, o que é possível, pois ele
coloca na geladeira e na hora de consumir põe no micro-ondas – conta cheia de
orgulho do resultado extraído dos 45 quilos diários de farinha que através de
suas mãos transformam- se nos populares pães da Eva, que diante do valor pago atualmente
pelo produto no país custam relativamente baratos.
Esta rosca gigante usada
para posar para a foto, por exemplo, é vendida por R$ 6,00. O pão médio R$ 4,00
e pequeno 0,40 centavos.
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