Paulo
Eduardo Dias Taddei
Em
primeiro lugar, quero agradecer ao Nael, pelo convite para participar, como um
dos colunistas, de seu “Jornal Eletrônico”: é um privilégio, Nael!
Em
segundo lugar, abraçar a todos e todas que valorizam o trabalho deste jovem
jornalista. É necessário que valorizemos o trabalho que é feito aqui, por
pessoas que aqui vivem, sem, claro, fechar as portas para o mundo.
Por
uma questão de honestidade e de respeito a cada leitor e leitora deste Jornal,
sinto-me no dever de, antes de escrever qualquer coisa, apresentar-me, e, em
apresentando-me, apresentar, ainda que superficialmente, por razões óbvias, a
minha visão de mundo, para que ninguém se engane ou se sinta enganado, porque
ninguém é neutro: todos nós somos o resultado inacabado de nossas construções
históricas, onde se situam nossas crenças e convicções.
Por
que faço isso? Como disse, por honestidade e respeito. Fico um pouco contrariado
com tantos quantos se proclamam neutros ou imparciais, para, dissimuladamente,
introduzir (ou tentar) suas “visões de mundo” – e até partidárias – como se nada tivessem com elas ou, no mínimo,
para dar um certo “ar de impessoalidade” (ou pseuda respeitabilidade) àquilo que afirmam.
Com
efeito, apenas para dar um exemplo, ao ler um jornal, ouvir rádio, ver TV ou
ler um livro, podemos perfeitamente captar a ideologia que está por trás de
cada uma dessas modalidades de informação, ou de conhecimento, no caso do
livro, dependendo do objetivo da obra, é claro.
Ressalto
ainda que “visão de mundo” não tem necessariamente uma relação com opção
partidária, sobretudo pela situação em que se encontram hoje a maioria dos
partidos brasileiros. Assim, “visão de mundo” é algo muito mais profundo, pois
diz respeito a uma postura perante a vida, ao mundo e a humanidade. Ela mexe
com questões estruturais e não meramente conjunturais.
Há,
por exemplo, quem faça da religião, sua concepção de mundo, permeando a maioria
de suas ações e reflexões com base nos princípios e fundamentos de sua crença. Por
outro lado, há quem faça de um “projeto de sociedade” a sua concepção de mundo,
ao defender uma sociedade na qual o trabalho deve servir ao capital ou, ao contrário,
ao proclamar uma sociedade na qual o capital deve servir ao trabalho. Estes são
apenas alguns exemplos de visões ou concepções de mundo.
Claro,
que sabemos também que neste momento histórico, chamado por muitos pensadores
de pós-modernidade, as concepções de mundo ou as “questões estruturais” cederam
lugar ao superficial, ao efêmero, pois, de uma forma geral, a humanidade vive
apenas conjunturalmente, não tendo sequer uma breve visão do estrutural. É a
conhecida “sociedade do espetáculo”: um grande circo no qual a maioria da
humanidade protagoniza o papel do “palhaço/consumidor”.
Não
se pode esquecer, falando nisso, que olhar é diferente de ver. A maioria olha,
mas não vê, e não vê porque não reflete sobre aquilo que olha, até mesmo porque
não dispõe de instrumentos para tanto. Assim, fica muito fácil o fenômeno do
adestramento de seres humanos, por um grupo que dita todas as regras de uma
sociedade, transformando o povo em simples “massa de manobra” ou em um coletivo
de consumidores e contribuintes. Tudo se torna natural! E todos aceitam o
“natural” como imutável, prorrogando o inacreditável: o domínio de muito poucos
sobre quase todos. Por isso digo que a minha utopia não é algo inatingível ou
um produto da ficção, pois inacreditável mesmo é o que acontece diante de
nossos olhos diariamente: alguns poucos parasitas espertalhões dominando de
forma quase absoluta uma humanidade coisificada e alienada.
Pois
bem: para que ninguém se engane: minha
utopia é a construção de uma nova sociedade: uma sociedade na qual o trabalho
prevaleça sobre o capital, ou seja, para ser mais preciso: uma sociedade na
qual as mercadorias sejam menos importantes do que o ser humano; o ter seja
menos importante que o ser, independentemente de sua condição social. Preciso
dizer mais?
De fato amigo Paulo,neste atual período histórico, que se convencionou chamar de posmodernidade; a sociedade como um todo vive a serviço do dinheiro (capital), e o trabalho é alienado se suas funções reais.
ResponderExcluirAbraço ao amigo, e aos demais leitores!!!
Alex Vaz Cardoso