Sexta-feira, 02 de agosto
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O desespero de mãe e filha diante da impotência |
O desespero e
as lágrimas de Idalina Lucas ao encontrar junto com agentes da Polícia Civil na
manhã de ontem, quinta-feira, mais dois animais da propriedade deixada pelo
marido aos cuidados da filha Tatiane há vinte anos, traduz o completo estado de
impotência que toma os residentes e criadores da zona rural de Piratini que
perdem sucessivas batalhas contra os abigeatários.
Em desespero,
ela aos gritos questiona o motivo de tanta violência contra as únicas duas
éguas que serviam à propriedade e uma delas, Tordilha, nome dado devido à
pelagem, era o animal de estimação de Tatiane Madruga, 40 anos, professora que afagando a cabeça de Tordilha, uma das poucas partes deixadas para
trás pelos ladrões, lamentava a perda da companheira por quem tinha uma ligação
sentimental. Diante do absurdo, a mãe não se conteve.
- Não há
justiça! Não há justiça! – repetia Idalina.
Localizada a
13 quilômetros da cidade, o local parece conceder aos ladrões a certeza de que
ali, parece ser fácil invadir, matar e carregar.
- Eles já
mataram ovinos na mangueira. De 2011 até agora, foram 39 ovelhas. Na primeira, 17 foram
carneadas, na segunda, dois meses depois, em dezembro, mais vinte foram mortas
e outras duas levadas vivas – contabilizava Tatiana para nossa reportagem
nesta tarde da DP local, até ser lembrada pelo Inspetor Dutra de que em 2005
ela já havia tido um prejuízo ao ter outros cinco animais abatidos.
Ladrões destroçaram éguas usadas no serviço campeiro |
Ao falar das
éguas, um desabafo seguido de lágrimas.
- Acho que
não estaria tão abalada como estou, se eu tivesse encontrado outra mangueira de
ovelhas roubadas. Não sei mais o que fazer – admitiu a professora profundamente
abalada e emocionada.
A comoção da
família foi tanta que até mesmo a equipe da Polícia Civil acostumada a atuar em
situações muito mais extremas, se sensibilizou com o fato, o que pode ser percebido
nas imagens que, mesmo com pouca qualidade, decidimos publicar tomando o
cuidado de eliminar o áudio de um dos vídeos dado ao diálogo forte nele
contido. Na delegacia um dos policiais opina:
- Quem mata
na verdade é quem compra esta carne por cinco reais o quilo, mantendo o mercado
para os abigeatários sem se importar com as doenças decorrentes das vacinas e outros
medicamentos ,como o Ivomec, recebidos por estes animais –
Um dos danos
causados pelo antiparasitário Ivomec é a possível má formação fetal no caso de
mulheres grávidas que consomem carne roubada. No mercado clandestino a carne de equinos, vendida
geralmente em forma de linguiça.
O produtor rural tem que se armar para defender seus bens, porque se depender da justiça vai ficar sem nada. Essa lei do desarmamento só serviu aos bandidos.
ResponderExcluirLamentável que isso ocorra. Socorro delegado.
ResponderExcluirNa boa eu tenho vergonha da minha cidade natal, a gente sai daí e não ve essas coisas, eu já nem vou mais em Piratini quase porque 90% das notícias que se lê são revoltantes, é ridículo isso.
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