domingo, 15 de setembro de 2013

Condutora da chama fala sobre escolha e mtg

Sábado, 14 de setembro
Quando a cavalgada condutora da Chama Crioula acessou as avenidas Maurício Cardoso e Gomes Jardim, as duas que cortam de um extremo ao outro o centro histórico da terra Barbosa Lessa, ícone compositor tradicionalista, o questionamento daqueles que aguardavam a chegada dos cavalarianos com relação a quem foi dada a missão de carregar a chama em 2013 foi respondido.
 Empunhando o Candeeiro que abrigou por cinco dias a centelha que mais tarde daria inicio a Semana Farroupilha do pago que é berço da tradição, uma professora, uma mulher, mostrando que a organização composta na maioria por homens as trata de igual maneira diante de sua importância dentro do movimento tradicionalista, o que nem sempre é a visão do órgão supremo que dita às regras e limita a participação do sexo feminino em atividades relacionadas à cultura rio-grandense.

Dionea Oliveira da Rosa tem personalidade forte e assim se mostra isso ao discutir com autoridade sobre regras não só com o marido Alcir Espinosa, sargento da Brigada Militar e que compartilha da maioria das opiniões de sua prenda com relação a participação da mulher nas atividades culturais do gênero, mas também nas reuniões que antecedem e organizam a busca da chama anualmente.

Por ela, a faca, a espora e o laço, fariam parte da indumentária e dos arreios no Desfile de Cavalarianos na data máxima do gaúcho, o que não é permitido pelo Movimento de Tradições Gaúchas, MTG.

Campeira, atividade que aprendeu na propriedade do pai na localidade Curral de Pedras, mas hora um tanto reduzida desde que se tornou professora, Dionea não poupa críticas ao MTG.
- O movimento é contraditório. Fiscaliza por exemplo a competição o Laço Prenda onde somos obrigadas a usar laço e faca, e no desfile dia 20 não permite o uso das mesmas. Se na hora do “vamos ver” usamos e damos conta, não tem sentido no desfile não podermos também usar.  Isso é discriminação – critica a professora.

Com relação a ter sido escolhida para portar a chama, opina:
- Foi justo. Desde criança vacino, curo bicheira nos terneiros, faço até o hoje a lida campeira e na busca da chama, meu marido cuida do cavalo dele e eu do meu, é igual então não há motivo para não ser uma mulher a conduzir. Não somos sexo frágil – pontua.


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