Ideologias, divergências e luta constante e ferrenha pela manutenção ou
retomada do poder em todas as esferas de comando político no país. Essas são
algumas das características que comparam PSDB e PT à água e vinho, ou seja, não se misturam.
Diante de tantas diferenças assim, quando a notícia chegou à imprensa
nesta segunda-feira certamente ouviu-se não só nos corredores onde a pauta
diária é a política, mas em todas as fatias sociais de Piratini: “até que
demorou”.
O apoio do vereador Lourenço de Souza, primeira vaga petista conquistada
pelo partido nas eleições em 2012 com a somatória de todos os votos da
nominata, ao prefeito reeleito Vilso Agnelo, PSDB, estremeceu as relações
internas da sigla deixando o então presidente Gabriel Barcelos visivelmente, ao
ter que, mesmo deixando claro seu
repúdio à aliança, contrariado em presidir um Diretório Municipal de um partido de esquerda que apoiava os tucanos.
Em uma nota distribuída à imprensa local, Gabriel anunciou sua renúncia
ao cargo e, junto ao pedido, somou também outro seguido por mais vinte e dois companheiros: a desfiliação.
Aparentando estar um tanto zonzo com sua decisão que garante lhe
deixou angustiado tal sua ligação com o PT, e, ciente do impacto que a mesma
vai promover, Barcelos recebeu o Eu Falei às 22h30min em sua casa para
finalmente falar, ao sentir-se a vontade, o que certamente estava trancado na
garganta desde o mês de janeiro quando Lourenço definiu a maioria na câmara
para o prefeito.
- Eu governava um partido onde o único vereador era o principal defensor do
governo. Isso causou um desgaste e a cobrança das pessoas que estranhavam o
apoio ao PSDB – disse o professor que atua na Escola Adão Preto, saudoso ícone
de sua então sigla.
Questionado se as defesas de Lourenço no legislativo, um exímio líder do
governo mesmo sem ocupar esta posição (o líder é Gilson Gomes, PP), o
incomodavam, Gabriel respondeu com convicção:
- Este foi o ponto principal e que me levou a tomar a decisão de sair –
A forma como Lourenço de Souza, na opinião de Barcelos conduzia essa
aliança enquanto tomada de decisões se somou ao fator preponderante.
- Ele decidia tudo sozinho, sem nunca consultar a executiva do partido.
Eu ficava sabendo das decisões do PT pela imprensa ou pela internet. Nós até
tentamos conversar com ele, mas o que pensávamos de um mandado para o PT era
muito diferente e, eu não concordo com a maneira que este governo faz
política.
Numa avaliação quanto ao impacto das desfiliações para um partido que tem sua base nos assentamentos e que para alcançar seu objetivo de lançar candidatura própria e um dia comandar
a Prefeitura de Piratini precisa primeiro reforçar-se enquanto lideranças na cidade,
Gabriel Barcelos prefere esperar para saber.
- O tempo vai dizer. Mas acredito num impacto por serem desfiliações
urbanas onde o PT busca forças- finalizou.
Lista de desfiliados
· Gabriel Barcellos Nunes – ex-presidente do PT
municipal, ex-candidato a vereador nas eleições 2012 e atual 2º suplente de
vereador
· Magda Ângela Bosa – ex-tesoureira do PT
municipal e ex-candidata a vereadora nas eleições 2012
·
Amanda Almeida Toledo – ex-candidata a vereadora
nas Eleições 2012
·
Ana Almeida Toledo
·
Ana Beatriz Pereira Gomes
·
Carmen Lúcia Belasquem
·
Daiana Borges Prestes
·
Daiana Correa Vieira
·
Daniela Correa Pinheiro
·
Dejair de Lima Farias
·
Edmar Valadão da Silva
·
Frahil Odorico Garcia Balladares
·
Frederico Harter Balladares
·
Graciele Belasquem Ferreira Nunes
·
Janete Lourdes Chiarelo
·
Jorge Roberto Luçardo da Rosa – transferência
para o PT de Jaguarão
·
Magno Farias Manetti
·
Marcelo da Silva Medeiros
·
Márcia Jurema Mendes Ulguim
·
Marcos Rogério Weber
·
Rafael Belasquem
Ferreira
·
Vera Regina da Silva Dutra
·
José Inácio de Ávila Lucas
·
Maria Madalena Garcez Marques
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