Mesmo a oposição já tendo
apontado na câmara possíveis irregularidades envolvendo o fornecimento de
oxigênio domiciliar, procedimento realizado em parceria com o hospital
municipal e interrompido neste formato após a denúncia, Diego Espíndola passava
ileso dentro do inferno astral político que atravessa há cinco meses o governo
do tucano Vilso Agnelo, reeleito com
7017 votos e hora, mergulhado em sucessivas e vultosas denúncias de
irregularidades que levaram o Ministério Público instaurar investigação que
pode resultar em condenação por Improbidade Administrativa onde uma das sanções
é a perda dos direitos políticos.
Na segunda-feira, ao
estampar junto com o prefeito duas páginas do regional Diário Popular, o
secretário de saúde, pasta que impulsionou o segundo mandato de Agnelo, sofreu
um grande abalo quando o MP tornou público que ajuizou ação civil pública onde
a Promotoria Especializada do Rio Grande do Sul esteve à frente da investigação atuando no caso durante 24
meses antes de ele vir a tona.
Não só o fornecimento de oxigênio, mas integra ainda a ação, possíveis irregularidades envolvendo a contratação de agentes de saúde sem os critérios exigidos por lei onde a Associação Venda da Lata, ré no processo por manter o convênio que assinou e permitiu as contratações sem processo seletivo.
Não só o fornecimento de oxigênio, mas integra ainda a ação, possíveis irregularidades envolvendo a contratação de agentes de saúde sem os critérios exigidos por lei onde a Associação Venda da Lata, ré no processo por manter o convênio que assinou e permitiu as contratações sem processo seletivo.
Espíndola, 38 anos e desde 2007 como gestor da
área em Piratini, num primeiro momento se manteve quase em silêncio e recluso à
propriedade da família, localizada ao final do perímetro urbano da cidade,
limitando sua manifestação sobre o assunto a uma pequena nota publicada em sua conta na rede social.
Contrariando os conselhos de
advogados, ele quebrou o silêncio na noite da quarta-feira, 25, e falou com a
imprensa local, algo comum em sua gestão, mas, incomum na administração tucana
como um todo que, quando o assunto não
são obras e projetos, se mantém fechada num silêncio quase sepulcral.
Diego recebeu o Eu Falei
concedendo exclusiva onde aceitou falar de todas as denúncias que o envolvem ,
inclusive da gravação feita por uma fonoaudióloga e ex – funcionária da prefeitura que embasam
o processo do Ministério Público quanto ao agentes.
Na residência sempre
movimentada pela chegada e saída de amigos e ligações de apoio ao que ele
classificou como um dos piores momentos
de sua vida, Diego demonstrou seu abalo psicológico com a situação, o
que o fez chorar por três vezes durante
a reportagem e revelou que o pedido de demissão do cargo foi cogitado.
Oxigênoterapia
Neste sentido, Espindola
admitiu a falha que lhe rendeu um dos processos, mas, argumentou que a
necessidade em encontrar empresas interessadas e em tempo hábil, é tão grande
quanto à urgência que os pacientes têm em receber os cilindros.
- Todas as cidades enfrentam
esse problema e fazem desta forma para que as pessoas não tenham que esperar
por algo que as mantém vivas. Quando
recorrem ao Estado, este primeiro pede no mínimo cinco exames pra saber a
quantidade de oxigênio que o paciente precisa receber e, muita destas pessoas
não tem acesso rápido a tantos exames, mesmo precisando do ar 24 horas sem
falar nas muitas entraram com ação na justiça e não foram contempladas pelo
Estado então, preocupado com a comunidade, arrumávamos uma maneira de dar o
oxigênio e ampliamos essa maneira quando adquirimos dez máquinas que tem
mantido a vida delas. Se o Estado não cumpre com sua obrigação o município é a
saída mais próxima. Prefiro pecar por ação e não por omissão -
Contratação
de Agentes de Saúde e gravação
Na ação do MP que se baseou
na gravação telefônica entregue pela fonoaudióloga à promotoria e obtida em uma
conversa entre a profissional em questão e o secretário, ele é acusado de
buscar favorecimento político ao, através da Associação Venda da Lata,
contratar os agentes sem concurso público e segundo seu critério de escolha.
Ele nega possíveis vantagens, duvida da veracidade do conteúdo, mas questionado
se tem ciência de que feriu a lei e poderá ser punido inclusive com a perda dos
seus direitos políticos, ele responde:
- Eu já poderia ter sido
candidato nas duas últimas eleições e não fui. Minha paixão e projeto de vida é
a saúde e tem dado certo e nesta área por minhas ações obtive reconhecimento.
Quanto à gravação, não me
lembro desta mulher que saiu da prefeitura no inicio da minha gestão, acho
extremamente antiético que um profissional de saúde faça isso, quero realmente
saber se a voz é minha já que não sou apenas eu que uso meu telefone e, se é
minha, se não há uma montagem em cima, o que hoje é muito fácil fazer. Há
várias vozes na ligação, vou pedir uma investigação da Polícia Civil.
Com relação à contratação de
agentes, erramos e já assinei um Termo de Ajustamento de Conduta com o
Ministério Público onde nos comprometemos a realizar concurso público, isso
será feito. Quero salientar que quase a totalidade dos municípios usam essa
maneira através de associações, entidades e policlínicas por exemplo e convênios também com hospitais dado às dificuldades em se fazer saúde pública. É algo comum em todo o
país, e aqui em Piratini isso já ocorre desde governos anteriores. Então todo
mundo é réu no Brasil e outros já deveriam ter sido condenados em Piratini? -
Cosems
e Secretaria
Espindola ocupa hoje uma
posição de destaque na saúde regional e estadual, ao ser o presidente do
Conselho das Secretarias Municipais de Saúde da zona sul e ocupar a vice-presidência
do mesmo conselho no Rio Grande do Sul. Ele assegura que às denúncias não
motivaram nenhuma manifestação contrária à sua permanência e sim, um apoio
maciço para que se mantenha a frente dos órgãos.
- O que fiz na segunda –
feira foi chorar. Não tinha como não fazer isso. Mas, recebi mais de cento e
cinquenta ligações, grande parte delas de membros dos conselhos e autoridades
em nível e estadual e nacional na área da saúde. Vou permanecer. Quanto à
Secretaria de Saúde, não tem como não balançar. Minha família está enfrentando
dois grandes problemas de saúde e não queria trazer mais esse para meus pais,
sem falar no meu filho (neste momento choro pela terceira vez) já que lá na
frente gostaria de dizer pra ele que o pai ajudou em algumas das conquistas
para melhorar essa cidade.
Mas recebi
apoio da minha equipe com quem convivo mais do que com minha família e de
muitos amigos assim, entendi que tenho muita responsabilidade com a minha
comunidade então, acabei revendo ações que pretendia tomar e, se me deixarem
vou continuar, pois não serão boatos nem gravações duvidosas que vão derrubar
um grande projeto -
O MP também pede
a perda da função pública de Ávila e o pagamento de multa.
0 comentários:
Postar um comentário
Deixe sua opinião! Pois a mesma é de extrema importância para nós!